Clube de Imprensa

13º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

Paixão é essencial para a prática do jornalismo, afirmam mentores

Responsáveis por programas de treinamento e mentoria destacam que apenas domínio técnico é insuficiente para exercício da profissão

por Ruam Oliveira

Carla Miranda (Estadão) e Breno Costa (Brio Hunter) em painel sobre treinamento e mentoria de jovens jornalistas. Foto: Alice Vergueiro.

Para formar um bom jornalista é necessário mais que a prática, é preciso também paixão pelo que se faz, apontaram Breno Costa, do Brio Hunter e Carla Miranda, coordenadora de cursos no Estadão, durante painel esta manhã no 13º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, que ocorre em São Paulo até este sábado, 30.


A paixão é o que leva o repórter a buscar pela informação, mas é a técnica que possibilita encontrar e desenvolver uma pauta, aponta Breno. Ou seja, são interdependentes. Ter apenas capacidade técnica não sustenta o exercício da profissão jornalística, destacaram ambos. Na missão de informar o público, a motivação do repórter acaba sendo decisiva na maneira como ele desenvolve seu trabalho.

Citando o escritor e jornalista Gabriel García Marquez, a coordenadora dos cursos de jornalismo do Estadão, destaca que se o repórter se entedia escrevendo é sinal de que o leitor corre o risco de se entediar também.

A máxima de que é preciso ter paixão pelo jornalismo não se relaciona com o estágio da carreira em que o profissional se encontra. Para ambos, ela é parte integral da vida de um jornalista. Quando não há paixão, “é como ver corpos mortos andando pela redação”, afirmou Miranda. O responsável pelo programa de mentoria do Brio (intitulado Brio Hunter) apontou a Mídia Ninja como um formato passional, mas que carece de elementos técnicos.

A prática complementa a formação 

Segundo Costa, apenas o diploma não é o suficiente para garantir a boa formação de um jornalista. A prática é essencial e, atualmente, jovens jornalistas não necessariamente precisam estar em grandes redações para ter acesso a ótimas ferramentas. “O jornalista não precisa de uma grande estrutura para trabalhar, é possível checar informação no sofá de casa.”

Na opinião de Carla Miranda, o ingresso na profissão, atualmente, não acontece por meio de envio de currículos, mas sim produzindo material jornalístico e estabelecendo contato direto com quem já está trabalhando na área. No caso do Estadão, afirma ela,  curso Focas é a principal porta de entrada no veículo.

O 13º Congresso internacional de Jornalismo investigativo é uma realização da Abraji e da Universidade Anhembi Morumbi com o patrocínio de Google News Lab, Grupo Globo, Facebook Journalism Project, Mcdonald´s, Estadão, Folha de S.Paulo, Gol, Itaú, Nexo jornal, Twitter e UOL, e apoio da ABERT, ANJ, ANER, Comunique-se, BuzzFeed, Consulado dos Estados Unidos, ETCO, FAAP, Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, Revista Piauí, Jornalistas & Cia., Knight Center for Journalism in the Americas, OBORÉ Projetos Especiais, Portal Imprensa, Textual e UNESCO. Desde sua 5ª edição, a cobertura oficial é realizada por estudantes do Repórter do Futuro, orientados por profissionais coordenadores do Projeto e diretores da Abraji.

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