Sua periodicidade era bissemanal, chegando à publicação de três fascículos por semana. Ao longo do período em que circulou, teve três redatores: frei Tibúrcio José da Rocha, de 1808 a 1812; Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, de 1812 a 1821; e Francisco Vieira Goulart, de setembro de 1821 até 1822. Seu conteúdo tratava de acontecimentos políticos da Europa e de divulgação de eventos oficiais da Corte.
A nova data da celebração passou a ser a da primeira publicação do periódico que circulou alguns meses antes da Gazeta do Rio de Janeiro, O Correio Brazilienze, ou Armazen Litterario, editado pelo brasileiro Hipólito José da Costa, em Londres. O jornal expressava críticas ao governo de D. João e pretendia ser livre da censura imposta pela coroa portuguesa, circulando apenas clandestinamente, no Brasil e em Portugal. Sua periodicidade era mensal e durou até o período da independência do Brasil, em 1822, como O Correio Braziliense.
Vale ressaltar que a criação da Imprensa Régia, pelo decreto de 13 de maio de 1808, foi acompanhada pela institucionalização da censura para conter os posicionamentos contrários ao governo, à religião e aos costumes da época, portanto toda publicação passava pelo exame de uma junta administrativa. A Imprensa Régia foi a única tipografia existente no Rio de Janeiro até 1821 e imprimiu jornais, atos governamentais e outras publicações. Antes dela, era proibida a impressão no território colonial português, portanto seu surgimento tornou-se um marco para a história da imprensa e da tipografia no Brasil.
(Daniele de Almeida Simas)