Juiz Sérgio Moro. Foto: Estadão O juiz federal Sérgio Moro defendeu nesta segunda-feira, 13, a liberdade de imprensa. Ao se manifestar sobre a divulgação dos depoimentos de Emilio Odebrecht e Márcio Faria, delatores da empreiteira, que estavam sob sigilo, o juiz da Lava Jato esclareceu que houve uma falha na inclusão dos vídeos no processo eletrônico. Moro foi taxativo. “Quanto ao que ocorre fora do processo, com a divulgação dos vídeos pela imprensa, não cabe a este Juízo providências, já que não estão obrigados à manutenção do sigilo, prevalecendo a liberdade de imprensa”, observou. Emilio Odebrecht e Márcio Faria prestaram depoimento como testemunhas de defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht em ação penal por propina destinada ao PT, via ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). O petista também é réu neste processo. Na audiência, Moro acatou o pedido da defesa dos executivos e decretou o sigilo ao conteúdo dos dois depoimentos em decorrência da delação premiada fechada com a Procuradoria-Geral da República e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua manifestação, Moro afirmou ‘apesar de se lamentar o ocorrido’, o processo está em momento adiantado e o assunto tratado nas audiências ‘restringiu-se ao objeto específico da presente ação penal’. “Nada, diga-se nada, em seu conteúdo tem o condão de colocar em risco, em qualquer hipótese, qualquer investigação perante este Juízo ou qualquer outro, inclusive perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal. De igual forma, nos depoimentos, nada se tratou acerca de investigados ou acusados com foro por prerrogativa de função”, anotou. Os 78 executivos da Odebrecht, incluindo Emilio e Márcio Faria e o próprio Marcelo Odebrecht, fecharam acordo com a Procuradoria-Geral da República em dezembro de 2016. Os termos foram homologados em 30 de janeiro deste ano pela presidente do Supremo, Cármen Lúcia, e estão sob sigilo. Moro afirmou que tornará públicos os vídeos ‘quando, provavelmente em breve, o sigilo perante o Supremo Tribunal Federal sobre os depoimentos no acordo de colaboração dos executivos da Odebrecht for levantado’. A direção da 13ª Vara Federal informou que houve falha técnica e os vídeos ‘foram juntados aos presentes autos inicialmente sem sigilo’. “Esclareço que, embora tenha havido a anotação de sigilo nível 2 nos referidos videos, o sistema, ao anexá-los ao feito eletrônico, retirou o sigilo anotado. Permaneceram nessa condição – sem sigilo – desde 13h09min59s até 13h11min05s, momento em que foi atribuído o sigilo nível 2 aos arquivos, conforme determinado pelo Juízo”, apontou a direção da 13ª Vara. Percebida pela Secretaria a falta de anotação de sigilo, foi a falha corrigida em dois minutos, mas, aparentemente, não a tempo para evitar que terceiros acessassem os vídeos”, escreveu Moro.
Em emissora de rádio, Padre Paulo Nascimento abençoa as famílias da fronteira
Lile Corrêa* Desde segunda-feira (13/03) o padre redentorista Paulo do Nascimento Souza apresenta programa de rádio das 6h as 6h30 na emissora Rádio Líder FM 104,9 de Ponta Porã com sonoplastia do radialista Antônio Morato. Padre Paulo apresentava programa na Perpetuo Socorro FM 106,3 de Pedro Juan Caballero (Paraguai), emissora que levava evangelização as famílias da fronteira, com direção do Padre Leonardo Valdes, e foi fechada pelo Conatel no ano passado. O Padre Paulo é pároco da Paróquia São José e leva uma mensagem “de amor, fé e esperança a população”. Ele também apresenta o quadro “Evangelho em um minuto” durante o Jornal em rede da Lider FM as 12h20 de segunda à sexta-feira. A emissora é líder de audiência na região como uma programação diferenciada tendo em sua grade programação diária das 9h as 10h o programa “Evangelizar é preciso” com o padre Reginaldo Manzotti. Para o diretor da emissora, Luiz Lobato “o padre Paulo vem em boa hora, tempo de quaresma, somar com sua comunicação verdadeira abençoando as famílias, com certeza vai aumentar nossa audiência”. Legenda: Padre Paulo do Nascimento (centro) com o diretor da emissora Luiz Lobato e o locutor Ever Alexandre – Foto Lile Corrêa
Inscrições para o Prêmio Alltech até 19 de março
Os jornalistas interessados em participar do Prêmio Alltech de Jornalismo devem encaminhar suas reportagens até o dia 19 de março, data em que se encerra o prazo para inscrições. Os vencedores nas três categorias terão a oportunidade de participar do ONE: Simpósio de Ideias Alltech, que acontece entre os dias 21 e 24 de maio, em Lexington, Kentucky, nos Estados Unidos, com todas as despesas custeadas pela empresa. As categorias do prêmio são: Soluções inovadoras e de alta tecnologia em Nutrição Animal; Gestão de Negócios (Animais de produção e estimação) e Soluções inovadoras e de alta tecnologia na Agricultura. Cada jornalista pode inscrever até cinco matérias. Para participar, basta preencher a ficha de inscrição, que encontra-se no site http://pt.alltech.com/premio-alltech-de-jornalismo-2017, anexar uma cópia digital ou link da reportagem e enviar para o e-mail [email protected]. As reportagens devem ter sido veiculadas no período de 25 de abril de 2016 a 19 de março de 2017 na imprensa brasileira. “Acredito que a relação entre as empresas agro e a mídia especializada deva ser, cada vez mais próxima e, principalmente, mais transparente. É fundamental que empresas que atuam no setor possam elaborar iniciativas como essa para motivar a imprensa, não somente a especializada, mas toda a cadeia de comunicação”, aponta Viviane Taguchi, coordenadora da Rede Brasil de Jornalistas Agro. Promovido em parceria pelas empresas Alltech e Alltech Crop Science, líderes em saúde e nutrição animal e vegetal, a premiação tem apoio institucional da Rede Brasil de Jornalistas Agro. A lista com os trabalhos selecionados em cada categoria será divulgada a partir do dia 27 de março, e os vencedores serão anunciados ao público no dia 21 de maio de 2017, durante a abertura do Simpósio Internacional da Alltech. SERVIÇO Prêmio Alltech de Jornalismo 2017. Inscrições: até 19 de março (domingo). Site: http://pt.alltech.com/premio-alltech-de-jornalismo-2017.
Jornalista desmaia ao vivo na TV e vídeo viraliza
O jornalista Abdulkadir Unal, do Canal 5 da Turquia, passou por uma saia justa durante transmição ao vivo pela rede noticiosa TRT, nessa semana. Unal entrevistava o político Mehdi Eker, do partido governista AKP, quando, repentinamente, desmaiou e caiu da cadeira. Em pouco tempo o vídeo viralizou na web. Após o incidente, os comerciais foram chamados e o jornalista foi encaminhado para um hospital. Apesar do susto, Unal passa bem. De acordo com a emissora, uma forte gripe aliada a estresse provocou a reação.
Google discute futuro do jornalismo
Dawn Garcia, diretora do John S. Knight Fellowships Com representantes das plataformas de tecnologia e de alguns dos principais veículos latino-americanos, o Google realizou no final de semana em São Paulo o Newsgeist, evento para discutir o jornalismo hoje e daqui para a frente, buscando parcerias em projetos e novas ideias. Pela primeira vez na América Latina, a “anticonferência”, com temas abertos e veto à divulgação de nomes e filiações dos participantes, se concentrou no tema das notícias falsas e no que plataformas e também organizações jornalísticas podem fazer para enfrentar o problema. Outra vertente de discussão foram o êxito nos programas de “paywall”, as assinaturas digitais de jornal, e outras alternativas de financiamento como a busca de membros em vez de assinantes e os limites e oportunidades das doações filantrópicas. Para Dawn Garcia, diretora do John S. Knight Fellowships -programa de bolsas para jornalistas da Universidade Stanford, na Califórnia- o Newsgeist refletiu a revalorização do jornalismo. Seu programa em Stanford se concentra em inovação e ajudou a preparar três dos jornalistas da equipe do “Boston Globe” que revelou a extensão da pedofilia na Igreja Católica, tema de “Spotlight”, Oscar de filme em 2016. Ela foi repórter no “San Francisco Chronicle” e editora no “San Jose Mercury News”. NOTÍCIAS FALSAS Algumas boas ideias vieram à tona e podem ser mais desenvolvidas. Uma é o Projeto Credibilidade, financiado pelo Google e por Craig Newmark, do [site de classificados] Craigslist, mas que foi iniciado, antes mesmo de aparecer a expressão “fake news”, pela jornalista Sally Lehrman, que foi bolsista no nosso programa. A ideia é ter “sinais de credibilidade” nas notícias. O que podemos trazer num texto que sinalize para o leitor que se trata de uma matéria confiável? Entra tudo, começando pelo histórico do autor, se ele já escreveu sobre aquilo. VEÍCULOS E PLATAFORMAS Sobre os veículos, discutiu-se se eles podem rotular com mais clareza seus textos como notícia, opinião, análise. Existe muita confusão das pessoas. Sobre as plataformas, Google, Facebook, Twitter, eu acredito que elas estão começando a entender que têm um papel maior a representar na indústria de mídia. Elas não aceitam, mas já são mídia, até certo ponto. Elas não querem ser quem toma as decisões [editoriais], mas é preciso que se engajem mais, por exemplo, cortando o financiamento [via publicidade] dos produtores de notícias falsas. NECESSIDADE Muitas pessoas estão acordando para a necessidade do jornalismo numa democracia. Ao mesmo tempo, os jornalistas estão sob ataque, nos EUA com certeza, pelo nosso dito presidente [Donald Trump]. Existe agora uma compreensão maior do valor do jornalismo que cobra com precisão a prestação de contas [de governos, empresas, organizações]. Jornais como “New York Times” e “Washington Post” estão vendo crescimento de assinaturas, porque as pessoas estão querendo notícias validadas. E você percebe apoio, inclusive financeiro, para sites investigativos como ProPublica, que viram as suas doações dispararem. Não acho que seja algo que aconteceria por si só. As pessoas não se preocupam, tomam as coisas como garantidas, até sentir que podem perdê-las. BOLHAS DE NOTÍCIAS Olhando para o futuro, esse momento de desafio que estamos enfrentando impulsiona as pessoas a encontrar soluções, experimentar. Tanto no sentido de nos explicarmos melhor para os diversos públicos, como para oferecer a mão e vencer divisões, essas bolhas de notícias de que falamos [no Newsgeist]. Há alguns experimentos pequenos, que vejo como sinais de esperança. Um é o Spaceship Media, projeto em que eleitoras de Trump em Arkansas e de Hillary Clinton na Califórnia, em Berkeley, bem esquerdista, concordaram em conversar on-line. E agora elas querem se encontrar pessoalmente, para falar sobre o que têm em comum. Se o jornalismo puder ajudar as pessoas a respeitar umas às outras e a encontrar pontos de interesse comum, existe esperança para o jornalismo. Fonte: Folha de S.Paulo