Nesta terça-feira (27/02), o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Zeid Al Hussein, se manifestou com relação ao assassinato do jornalista esloveno Jan Kuciak, 27, e sua namorada Martina Kusnirova. O dirigente exigiu “uma investigação para levar os autores deste crime terrível à Justiça”. O casal foi encontrado morto em uma casa a 65 quilômetros de Bratislava. As autoridades europeias e eslovacas acreditam que o ataque pode estar relacionado com investigações que o jornalista conduzia sobre suspeitas de fraude fiscal no país. A editora Ringier Axel Springer Slovakia, do site Aktuality.sk, onde Kuciak trabalhava, enviou um comunicado ao The Washington Post onde anuncia que “se esse crime foi uma tentativa de demover uma editora independente de investigar casos em que a lei não é respeitada, esse acontecimento será usado para fortalecer a responsabilidade jornalística”. Numa carta aberta assinada por editores de mais de 20 publicações noticiosas e estações de rádio da Eslováquia, os jornalistas pediram ainda às autoridades que assegurassem as condições de segurança dos profissionais da informação naquele país. “O assassinato de um jornalista é um sinal grave de que o crime está sendo dirigido contra um dos mais importantes pilares da liberdade; contra a liberdade de expressão, e o direito dos cidadãos a controlarem os poderosos e aqueles que não respeitam a lei”, dizia a carta, de acordo com o The Telegraph. O crime chocou diversos países e foi condenado por líderes da União Europeia e outras organizações internacionais. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, afirmou que se for provado que o assassinato de Kuciak está relacionado com o trabalho que ele vinha desenvolvendo, o caso é “um ataque sem precedentes contra a liberdade de imprensa e a democracia na Eslováquia”. Fico anunciou ainda que o Governo vai oferecer uma recompensa de 1 milhão de euros por informações que levem à captura dos responsáveis. Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, criticou os assassinatos como um “ato covarde”, acrescentando que “o assassinato ou intimidação de jornalistas não tem lugar na Europa, nem lugar em nenhuma democracia.” O presidente da Federação Europeia dos Jornalistas (FEJ), Mogens Blicher Bjerregård, anunciou que está “profundamente chocado com a triste notícia proveniente de um país da União Europeia, que acontece apenas alguns meses depois do assassinato de Daphne Caruana Galizia”. Bjerregård adverte que, caso a ligação da morte de Jan Kuciak com o seu trabalho investigativo se comprovar, “será um sinal muito preocupante para o jornalismo na União Europeia”. Ele ainda exigiu às autoridades que resolvam o caso e que garantam que o autor do crime seja levado à justiça, acrescentando que “os principais líderes da Eslováquia devem defender firmemente a liberdade de imprensa e acabar com a impunidade”. A FEJ apelou ainda à Eslováquia que implemente imediatamente a recomendação do Conselho da Europa de 2016 sobre a proteção do jornalismo e segurança dos profissionais e outros atores dos meios de comunicação. O jornalista esloveno Jan Kuciak (Imagem: Reprodução)
TSE vai combater Fake News com apoio da imprensa
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, tem até o dia 5 de março para definir o texto que vai regulamentar o combate às notícias falsas durante o pleito de 2018. À frente do Tribunal Superior Eleitoral, o jurista já declarou ser a favor da punição ao candidato que em sua campanha atuar de forma direta no uso de fake news. Segundo o ministro, o conselho vai atuar dentro do TSE e a imprensa tradicional ajudará na identificação das notícias falsas. “A imprensa será nossa fonte primária de aferição da verossimilhança daquilo que está sendo noticiado”, frisou o presidente do TSE. “Sem dúvidas os meios de comunicação tradicionais terão um papel chave durante o período eleitoral. Mas não devem estar sozinhos. Junto com eles devem estar as agências de checagem de notícias, jornalistas de dados, cientistas políticos, acadêmicos, formadores de opinião, organizações da sociedade civil e empresas de tecnologia também deverão cumprir um papel fundamental na identificação e esclarecimento de notícias falsas” Ariel Kogan, diretor do Instituto Tecnologia e Equidade (IT&E). Para Fux, se há uma demonstração clara de que o beneficiário está ciente do uso do fake news, ele deve sofrer consequências eleitorais. “A distribuição da desinformação com grande impacto acontece por diversos motivos, desde o roubo de dados pessoais, financiamento e até mesmo por descuido de todos nós ao compartilhar uma desinformação. Não há solução simples, ela envolve uma série de fatores como leis de proteção de dados pessoais, educação e até transparência em processos de compras publicitários para fins políticos. Devemos enfrentar esse problema em conjunto com a sociedade, e não apenas criminalizar”, ressalta Thiago Rondon, um dos diretores do IT&E. O presidente do TSE disse ainda que, se houver resistência de pessoas a cumprir determinações judiciais de interromper a divulgação dessas notícias, poderão ser presas. “É muito importante compreendermos que a interrupção da divulgação de notícias comprovada ou supostamente falsas na Internet é algo mais complexo do que se imagina, pois a fonte original pode ser bloqueada, mas dezenas de réplicas podem ter surgido antes disso ocorrer. É preciso muito cuidado para não iniciarmos uma “caça às bruxas” com consequências imprevisíveis para a liberdade de expressão e liberdades individuais. A Internet é fluida e descentralizada demais para crermos que uma ordem judicial pode ser cumprida amplamente e eficazmente em todas as situações”, explica Márcio Vasconcelos, presidente do IT&E. Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal
Projeto de Ana Paula Padrão e Natália Leite desembarca na Band
Em abril, a Band estreia o ‘Superpoderosas’, programa que é versão para a televisão do projeto Escola de Você, das jornalistas Ana Paula Padrão e Natália Leite Nathália Carvalho Soluções para simplificar a vida das mulheres. É assim que a Band descreve o ‘Superpoderosas’, nova atração da emissora com estreia marcada para 2 de abril. A produção chega à TV com os mesmos pilares do projeto Escola de Você, criado por Ana Paula Padrão e Natália Leite. A exibição, estruturada em duas telas (televisão e internet), vai ao ar diariamente nas manhãs do canal. Natália Leite é a apresentadora do ‘Superpoderosas’ (Imagem: Renato Stockler/Band) A novidade foi divulgada nesta terça-feira, 27, em evento de lançamento de grade realizado com a presença da imprensa e do mercado publicitário. A reportagem do Portal Comunique-se conversou com a jornalista Natália Leite, que explicou como vai funcionar o programa. “O ‘Superpoderosas’ nasce de duas forças importantes: a do digital, que dá ao parceiro comercial controle em tempo real e possibilidade de saber quem são as pessoas conectadas, e a da força humana, pois já temos quase meio milhão de mulheres que passaram pelos cursos do Escola de Você e tiveram suas vidas transformadas. Elas, naturalmente, são nossas multiplicadoras”, comenta a jornalista e apresentadora da nova atração da Band. Natália Leite revela que a exibição começa na internet e continua na TV, sendo este um formato exclusivo no Brasil. Para dar vida à interatividade necessária na atração, a Band desenvolveu plataforma para receber material das mulheres. “É uma plataforma com comportamento parecido com o das redes sociais. Por meio dela, a telespectadora poderá nos enviar texto, vídeo e foto. A participação pelas mídias sociais também é possível, sendo que essas mulheres acabam se transformando em coprodutoras do programa”, conta a apresentadora. O ‘Superpoderosas’, que tem em um de seus pilares o empreendedorismo, conta com quadros como o ‘Fazedoras’, que ajuda mulheres com seus negócios, o ‘Soraia Schutel me dá uma luz’, em que a especialista Soraia ajuda em questões de carreira, e o de finanças ‘Carol, cadê meu dindim?’, com Carolina Sandler, fundadora do Finanças Femininas. Natália adianta que Ana Paula Padrão, além de ser mentora do programa, vai participar ativamente da atração por meio de vídeo (gravado e ao vivo no estilo Facetime). Natália Leite é profissional conhecida pelo trabalho no jornalismo. Sobre a transição para o entretenimento, ela afirma que o Escola de Você permitiu que essa passagem fosse tranquila e natural. “O mais importante é a prestação de serviço, que acontece tanto no jornalismo quanto neste novo programa. Assim como no projeto online, trabalhamos com autoconhecimento, empreendedorismo e empoderamento. O Escola de Você me deu a oportunidade de ser quem sou, de tirar o personagem repórter e jornalista isento, para ser quem sou. Acredito nas pessoas, sou otimista e acho que podemos focar no que é legal. Além disso, ganhamos mais quando nos conectamos e ajudamos uns aos outros”, finaliza. O ‘Superpoderosas’ vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 11h.
Fundo oferece bolsa para cobrir assembleia da ONU
O Dag Hammarskjöld Fund for Journalists está aceitando candidaturas de jornalistas para seu programa de bolsas de 2018. Os quatro profissionais selecionados cobrirão a 73ª Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. O prazo de inscrições é até 12 março de 2018. O formulário de inscrição está disponível aqui. A bolsa é aberta a jornalistas de rádio, televisão, impresso e online, com idades entre 25 e 35 anos, vindos de países em desenvolvimento da África, Ásia, América Latina e Caribe. A bolsa vai do começo de setembro até o final de novembro. O fundo cobre o custo da viagem e das acomodações em Nova Iorque, além de oferecer um subsídio diário. A bolsa dá a oportunidade de fazer contatos profissionais, interagir com jornalistas experientes e ganhar uma perspectiva mais ampla sobre questões globais. Os candidatos devem ter bom domínio de inglês e autorização de seu veículo para passar os três meses em Nova Iorque. Ao se inscrever é necessário enviar uma cópia do passaporte, exemplos de trabalhos jornalísticos próprios e ao menos duas cartas de recomendação, entre outros itens. Assembleia Geral da ONU (Imagem: Reprodução) Há mais informações sobre a bolsa aqui.