Celebração ocorreu na noite desta quinta-feira (30), em Aquidauana, na região do Pantanal. Por G1 MS Missa drive-trhu celebrada nesta quinta-feira à noite em Aquidauana (MS) — Foto: Padre Paulo Nascimento de Souza/Arquivo Pessoal O padre Paulo Nascimento de Souza, da paróquia Imaculada Conceição, em Aquidauana, na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, inovou na celebração desta quinta-feira (30) à noite. Para evitar o contato entre as pessoas e minimizar o risco de disseminação da covid-19, ele fez uma missa no sistema drive-trhu, em que os fiéis acompanham os ritos de dentro dos seus carros. Veja abaixo reportagem do Bom Dia MS sobre a celebração: Padre celebra ‘missa drive-trhu’ para evitar contatos entre fiéis em MS Aquidauana não tem registro de caso da doença, mas desde março a rotina das missas na paróquia mudou e tem sido feita por dinâmicas e com transmissão pela internet, sem a presença física dos fiéis. Neste período, o padre já fez uma celebração em que colocou cestas básicas, com produtos doados pela população, nos bancos da igreja, em alusão a solidariedade dos fiéis. Os alimentos depois foram doados para famílias carentes assistidas pela igreja. Ele também fez uma missa em que foram colocadas nos bancos 500 fotos de fiéis. Cestas básicas serão destinadas para famílias carentes de Aquidauana (MS). — Foto: Arquivo Pessoal/Padre Paulo Sousa Na época, o padre lançou um desafio social. O fiel que quisesse retirar seu retrato dos bancos deveria doar um quilo de alimento ou roupa. Assim como na celebração anterior, a arrecadação também teve como destino as famílias carentes do município e as aldeias indígenas da região. Padre celebra missa com cerca de 500 fotos de fiéis colocadas em bancos de igreja, em Aquidauana (MS). — Foto: Arquivo Pessoal/Padre Paulo Sousa O padre vem reiterando que com o isolamento social as pessoas estão mais ansiosas para voltar a frequentar as missas e estão se conscientizando de que além de cuidarem de si mesmas não podem se esquecer do próximo. Até a manhã desta quinta-feira, Mato Grosso do Sul tinha 255 casos de covid-19.
Principal suspeito de assassinato de jornalista no Paraguai é preso
Waldemar Pereira, conhecido como cachorrão, possuía ordem de captura por ser considerado fundamental em grupo criminoso. Por G1 MS e TV Morena Cachorrão foi preso pela polícia paraguaia — Foto: Jornal ABC Color Waldemar Pereira, mais conhecido como cachorrão, foi preso na noite desta sexta-feira (1), em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, como principal suspeito do assassinato do jornalista Leo Veras. Conforme relato da Polícia Nacional do Paraguai, os agentes da 7ª delegacia realizavam controles preventivos quando um carro bateu na traseira do veículo que estava sendo verificado. A polícia constatou que o motorista do carro era Waldemar. Ele foi algemado imediatamente e levado para sede de investigação criminal. O suspeito possuía ordem de captura, pelo Ministério Público, por ser um importante elemento logístico de um grupo criminoso e por estar envolvido na morte do jornalista. Entenda o caso O jornalista Léo Veras foi executado por pistoleiros na noite do dia 12 de fevereiro, na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, vizinha à sul-mato-grossense Ponta Porã. Ele já era ameaçado de morte. Segundo a ocorrência, Léo estava jantando com a família no quintal de sua casa. Por volta das 21 horas, dois pistoleiros encapuzados chegaram em uma caminhonete branca, entraram pelo portão que estava aberto e invadiram o local. De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, Léo foi atingido por cerca de 12 tiros de pistola 9 milímetros. Um dos disparos acertou a cabeça dele no momento em que ele tentou correr dos assassinos. O jornalista chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular da cidade, mas não resistiu.
No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, defensores da imprensa lutam contra desinformação e pela segurança de jornalistas
Por Teresa Mioli/ME Assim como tem acontecido com a maioria das coisas, a atual pandemia da COVID-19 deixou a sua marca na comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado todo ano em 3 de maio desde a sua criação pela Assembleia Geral da ONU em 1993. “Jornalistas e profissionais da mídia são cruciais para nos ajudar a tomar decisões informadas. À medida que o mundo luta contra a pandemia da COVID-19, essas decisões podem fazer a diferença entre a vida e a morte”, disse António Guterres, Secretário Geral da ONU. “No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, nós apelamos aos governos –e a outras partes interessadas– para garantir que os jornalistas possam fazer seu trabalho ao longo da pandemia da COVID-19 e além”. Organizações de defesa da imprensa, entidades não-governamentais e a imprensa vão fazer vários seminários online, lançar publicações especiais e organizar campanhas nas mídias sociais para marcar o dia e chamar atenção para a importância de uma imprensa livre, especialmente na época do COVID-19. A UNESCO está organizando uma campanha nas redes focada no tema deste ano, “Jornalismo sem medo e imparcial”. Os subtemas do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa deste ano analisam a segurança de jornalistas e trabalhadores da mídia, jornalismo independente, livre de influências políticas e comerciais e igualdade de gênero. “Frequentemente, vemos interferência na liberdade de imprensa. Se essa interferência envolve controle político, ideológico ou econômico, ou envolve ataques difamatórios destinados a desacreditar seu alvo, ou envolve assédio, as tentativas de silenciar jornalistas são comuns – especialmente as mulheres jornalistas. Infelizmente, as circunstâncias excepcionais que vivemos hoje agravam ainda mais essa pressão sobre os jornalistas”, disse a diretora geral da UNESCO, Audrey Azoulay. “A crise atual também está aumentando a incerteza econômica para os jornalistas.” Em sua declaração, Azoulay também apontou a importância de combater a desinformação que só exacerba a atual crise de saúde. Ela destacou as campanhas nas mídias sociais “Together for Facts, Science and Solidarity” e “Don’t Go Viral”, e a criação de um centro de recursos COVID-19 para jornalistas. Jineth Bedoya Lima criou a campanha “não é hora de se calar” em 2009 para lutar contra a violência contra mulheres (Foto: El Tiempo) Como parte das comemorações, a jornalista colombiana Jineth Bedoya foi anunciada como a vencedora do Prêmio Mundial da Liberdade de Imprensa UNESCO / Guillermo Cano 2020. Bedoya focou sua carreira na cobertura do conflito armado e do processo de paz em seu país de origem e tem sido uma feroz ativista contra a violência sexual contra mulheres. Representantes da ONU, Organização para Segurança e Cooperação na Europa e Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgaram uma declaração conjunta em homenagem à data, especificamente sobre a liberdade de expressão e eleições. Suas recomendações aos estados incluíam o fim da censura e aumento do acesso à informação durante as eleições. Eles também pediram às mídias e plataformas digitais que adotem medidas para garantir uma diversidade de visões e perspectivas políticas, bem como para lidar com a desinformação. A declaração foi assinada por David Kaye, relator especial da ONU para a liberdade de opinião e expressão; Harlem Desir, representante da OSCE para a liberdade da mídia; e Edison Lanza, Relator Especial da OEA para liberdade de expressão. O presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, Christopher Barnes, também divulgou nota sobre a data. No texto, ele comemora que as pessoas estejam, durante a pandemia, considerando o jornalismo e a imprensa tradicional como uma importante fonte de informação confiável. Barnes destaca que, para trazer um conteúdo qualificado, jornalistas e editores precisam fazer um “trabalho duro” e assumir riscos. Ele reforça que, apesar de essenciais, jornalistas têm sofrido com cortes de salário e demissões em massa no continente. “Neste dia especial, nós não queremos ignorar o fato de que nós ainda vivemos em uma região onde a coragem dos jornalistas é colocada à prova todos os dias,” afirmou. “Nós rejeitamos a violência e impunidade que envolve os crimes contra jornalistas. Da mesma forma, nós esperamos que os governos do Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, Honduras, México e Paraguai fortaleçam sistemas para proteção e segurança de jornalistas com recursos humanos, técnicos e financeiros.” Barnes conclui a nota celebrando a atuação dos jornalistas e dando os parabéns aos profissionais da imprensa por seu trabalho diário, que, segundo ele, constitui uma das bases da vida em democracias. Se junte à comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa online usando a hashtag #WorldPressFreedomDay. Você pode encontrar abaixo um resumo de eventos e campanhas regionais e internacionais organizadas para a data. Você sabe de algum outro evento? Nos avise pelas redes sociais: @utknightcenter, @utcentroknight ou @centroknightut. UNESCO A UNESCO será a patrocinadora do Dia da Diferença 2020, um evento interativo transmitido ao vivo em 3 de maio, com palestrantes convidados que vão discutir os desafios do jornalismo. A UNESCO também vai fazer eventos online de 4 a 6 de maio, focados em desinformação e COVID-19, independência da mídia em tempos de crise e segurança de jornalistas durante a pandemia. UNESCO México, Tecnológico de Monterrey e INAI vão fazer um seminário digital em espanhol “Pandemia, democracia e direitos humanos: Novos desafios em jornalismo” em 6 de maio. A UNESCO também se uniu à Organização Mundial da Saúde (OMS), com o apoio da Fundação Knight e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, para um curso online gratuito do Centro Knight em inglês, espanhol, português e francês, “Jornalismo em uma pandemia: cobrindo COVID -19 agora e no futuro.” O curso começa em 4 de maio e as inscrições ainda estão abertas. Voces del Sur O Voces del Sur se uniu a várias organizações latino-americanas de imprensa e jornalismo para sediar o fórum regional virtual em espanhol em 5 de maio, “Liberdade de imprensa após o coronavírus“. Os palestrantes são Frank LaRue, ex-relator especial da ONU para a promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão; Natalie Southwick, coordenadora do programa para América do Sul e Central do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ); e Roberto Pereira, advogado e especialista em liberdade de imprensa. É moderado por Amada Esperanza Ponce, diretora-executiva do Comitê pela Livre Expressão (C-Libre). Fundamedios “Desinfodemia na América
Mundo já tem 1 milhão de recuperados da covid
Foto: reprodução / Universidade Johns Hopkins (Dados atualizados às 19h de 30/04/2020) Já temos mais de 1 milhão de recuperados da covid-19: exatas 1.011.110 pessoas venceram a doença até início da noite desta quinta, 30 de abril. ( Mas atenção: isso não é incentivo para relaxar as regras de isolamento social, mesmo porque o número de mortos no Brasil está dobrando a cada 5 ou 6 dias. Cuide-se!) Os países com maior número de recuperados são: Espanha, EUA, Alemanha e China, de acordo com Mapa online da Covid-19 da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. O Brasil aparece em 9º lugar no levantamento, com mais de 35,9 mil pessoas recuperadas da doença. Veja o ranking dos recuperados (dados atualizados às 19h) Espanha – 137,9 mil EUA – 125,9 mil Alemanha – 123,5 mil China – 78,4 mil Itália – 75,9 mil Irã – 76,1 mil França – 50,3 mil Turquia – 48,8 mil Brasil – 35,9 mil Suíça – 23,4 mil Casos confirmados Os números mostram que a doença continua crescendo no mundo. Já são mais de 3,2 milhões de infectados. Estados Unidos, França, Itália, França e Reino Unido são os 5 países com mais casos até agora. Mortos Já o número de mortos subiu para 232,8 mil no planeta. Um verdadeira tragédia. Os Estados Unidos estão na frente com 62,3 mil mortos, seguidos pela Itália com 27,9 mil, Reino Unido 26,7 mil, Espanha 24,5 mil e França com 24,3 mil pessoas que perderam a batalha para doença, até agora. No Brasil o coronavírus já matou 5.901 pessoas. Orientações Por isso a orientação das maiores autoridades do mundo é para que a gente mantenha firme o isolamento social. Se precisar sair, use máscara. Na volta para casa, tire e higienize os sapatos e a máscara, lave as mãos com sabão. Se possível, tome banho, troque de roupa e ponha a usada na rua para lavar. Outra dica: tenha um chinelo para andar apenas dentro de casa. Não pise dentro da sua casa com o sapato usado na rua. Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa – com informações da UJH
Jornalismo na fronteira: vídeo detalha os riscos e desafios da profissão nos limites do país
A casa de esquina não esconde a profissão do morador. Uma bandeira do Paraguai tremula fincada em um mastro em uma das pilastras do lado direito. No centro da fachada, um cartaz amarelo avisa que ali funciona a sucursal do “ABC Color, el diario completo. Redacción regional”. A rua parece tranquila, e a casa está sempre com as janelas e portas fechadas. O portão também. Antes mesmo que a equipe da Abraji estacionasse o carro, dois homens de calça jeans, tênis e camiseta surgiram armados com fuzis M16 nas mãos e pistolas enfiadas nos bolsos das calças. Esse era o armamento visível. O que estava de óculos escuros abordou a equipe da Abraji ainda no carro. A entrada só foi liberada depois da identificação e quando um senhor apareceu na porta com um largo sorriso: Cándido Figueredo, jornalista paraguaio que mora em Pedro Juan Caballero. Ele vive com escolta armada há 25 anos e é o entrevistado no vídeo “Jornalismo na fronteira”. Todo esse cuidado é necessário para a proteção do jornalista que já teve a casa metralhada duas vezes, recebeu e ainda recebe ameaças por conta do seu trabalho na fronteira do Paraguai com o Brasil. A divisa entre as cidades de Ponta Porã, do lado brasileiro, e de Pedro Juan Caballero, do lado paraguaio, é tênue. Se próximo ao centro, onde há lojas de produtos eletrônicos, a separação é feita por um canteiro com árvores e uma praça que já teve dias melhores, em outros pontos fica difícil saber se o motorista está circulando do lado de lá ou do lado de cá. Em uma pista podem ser os motoqueiros que, do lado brasileiro, são obrigados a usar capacete, o que não acontece do outro lado. Essa proximidade facilita a circulação de carros de passeios simples, motos e SUV, o utilitário esportivo com vidros fumê que se multiplica a cada esquina. Outro detalhe é que, do lado de lá, em muitos lugares como farmácias, depósitos de bebidas, hotéis e cassino, é comum ver um homem fazendo a segurança. Com uma escopeta nas mãos. Fotografar a cena com um celular não é uma ideia segura. A violência faz parte da rotina. O crescimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira provocou o aumento dos conflito e das mortes. Nesse cenário, o jornalista brasileiro Léo Veras foi assassinado, em 12.fev.2020, quando jantava com a família em sua casa, em Pedro Juan Caballero. “No início dos anos 2000, quando estive pela primeira vez na fronteira do Brasil com o Paraguai, o narcotraficante Fernandinho Beira-Mar travava uma guerra com o clã Morel pelo controle das áreas de plantio de maconha no país vizinho. Hoje, a facção paulista PCC dita regras na região, que segue como principal porta de entrada de drogas e armas negociadas no Sudeste. Léo Veras relatava essa movimentação e, infelizmente, acabou assassinado”, conta o jornalista Sérgio Ramalho. Ramalho e Angelina Nunes estiveram na fronteira entre os dois países quatro dias após o assassinato de Veras. Ficaram no local por uma semana e fizeram reportagens sobre as investigações do caso, publicadas no site da Abraji e nos veículos parceiros do Programa Tim Lopes. Cándido Figueiredo foi uma das fontes e desse encontro surgiu o vídeo — com legendas em português, espanhol e inglês —, em que ele conta detalhes de como é fazer jornalismo naquele local e os seus riscos. Ao ser perguntado quanto vale uma vida na fronteira, ele respondeu de imediato: “Não vale nada”. Assista à íntegra do vídeo no canal de YouTube da Abraji: Programa Tim Lopes Desenvolvido pela Abraji com o apoio da Open Society Foundations, o Programa Tim Lopes visa para combater a violência contra jornalistas e a impunidade dos responsáveis. Em caso de crimes ligados ao exercício da profissão, uma rede de veículos da mídia tradicional e independente é acionada para acompanhar as investigações e publicar reportagens sobre as denúncias em que o jornalista trabalhava até ser morto. Integram a rede hoje: Agência Pública, Correio (BA), O Globo, Poder 360, Ponte Jornalismo, Projeto Colabora, TV Aratu, TV Globo e Veja. Fotos: Angelina Nunes/Abraji.