Declaração à Nação No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer: 1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar. 2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news. 3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia. 4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum. 5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes. 6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal. 7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. 8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição. 9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles. 10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil. DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA Jair Bolsonaro Presidente da República Federativa do Brasil
Escoltas, fantasias e agressões marcam a cobertura dos atos de 7/9
Redação Portal IMPRENSA Os jornalistas precisaram fazer malabarismos durante a cobertura das manifestações de 7 de Setembro em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em meio a denúncias de agressões, alguns preferiram se “fantasiar” para se aproximar ainda mais dos fatos. Foi o caso de Guga Noblat. De camiseta da seleção brasileira e uma máscara defendendo o presidente, ele foi às ruas em Brasília e registrou um grupo discutindo se iria ou não invadir a Praça dos Três Poderes. Crédito: Isac Nóbrega/PR Nos cartazes dos manifestantes, palavras de ordem contra o STF e contra as vacinas Ele acompanhou também a reação dos apoiadores durante o discurso de Bolsonaro. “No momento em que Bolsonaro mandou Fux enquadrar ministros do STF, a reação dos bolsonaristas no DF foi gritar em coro: ‘Fora, Alexandre’!”, relatou. Em outro ponto da manifestação, na Esplanada dos Ministérios, os jornalistas foram hostilizados e expulsos. Segundo relato dos profissionais do site Metrópoles, que também tiveram que deixar o local sob ameaças, duas equipes com cinegrafistas sem identificação de qualquer empresa foram cercadas e empurradas. A suspeita do grupo era de que se tratava de profissionais da TV Globo. Os manifestantes jogaram água nos equipamentos, e a PM precisou intervir para salver uma das equipes. A outra precisou correr dos militantes. Um outro cinegrafista que estava posicionado próximo ao prédio do Ministério da Saúde também foi cercado. Os bolsonaristas tentaram derrubá-lo no espelho d’água do Ministério das Relações Exteriores, sem sucesso. Quem registrou a agressão, também foi perseguido. Em São Paulo, Maicon Mendes, da Jovem Pan, relatou ter sido alvo de manifestantes na Avenida Paulista. Pelo Twitter, disse que ele e seu cinegrafista foram agredidos com pedras, garrafas d’água, e foram seguidos. “Agora há pouco, eu e meu Cinegrafista João Cagnin fomos hostilizados na Av. Paulista pelos apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro, durante a cobertura de 7 de Setembro. Jogaram água, pedras e alguns partiram pra cima pra agressão. São leões quando a polícia está longe”, escreveu. “A gente não pode trabalhar. Esse é o trabalhos que tentamos mostrar e ninguém vê”, narrou em um vídeo, enquanto os manifestantes eram contidos por uma barreira policial, gritando palavras de ordem. “Isso é um ato criminoso”, escreveu, em outro post. As agressões começaram quando ele se preparava para uma passagem informando o número aproximado de participantes do ato. Apesar da expectativa dos organizadores de levar cerca de 2 milhões à Paulista, e Polícia Militar estimou, em nota divulgada no fim da tarde de ontem, que apenas 125 mil pessoas estavam presentes. Os repórteres Amanda Rossi, Ana Paula Bimbati e Leonardo Martins, do UOL, entrevistaram um participante do ato que carregava um cartaz com o texto em inglês e espanhol: “Lula, o diabo. Eu quero ler as manchetes com a sua morte. Morra logo”. Questionado sobre o pedido de “morte”, ele respondeu: “Porque todo esquerdista tem que morrer. Você é jornalista? UOL é da Foice de São Paulo. Todo esquerdista tem que morrer”. Os profissionais também sofreram intimidação por parte de um familiar de duas senhoras de 80 e 81 anos, que concediam entrevista para o veículo. “O que você vai distorcer”, afirmou o homem não identificado.
Repórter se emociona ao retornar às ruas após mais de 1 ano afastada por causa da pandemia
A repórter Mariana Cintra realizava reportagens, matérias e entradas ao vivo direto da redação da TV Morena. A jornalista estava afastada por uma condição de saúde da mãe, que é de alto risco da Covid. Por José Câmara, G1 MS Poderia ser mais um dia de trabalho, mas, nesta quarta-feira (8), o retorno às ruas da repórter Mariana Cintra foi marcado pela emoção. Ao realizar o primeiro link – transmissão ao vivo – longe das redações da TV Morena, afiliada Rede Globo em Mato Grosso do Sul, a jornalista não conteve as lágrimas ao relembrar dos vários meses que ficou longe das coberturas nas ruas. Assista ao vídeo acima. Durante mais de 1 ano, Cintra realizou reportagens, links e matérias apenas das redações. A repórter contou ao G1 que esteve afastada das ruas por proteção à mãe, que tem alto índice de imunossupressão, e é considerada de alto risco da Covid. A repórter comentou que o medo, ao ver que voltaria às ruas, foi inevitável. Ao saber que iria sair da redação, Mariana viveu um misto de emoções. “Um medinho, mas depois veio a tranquilidade e a segurança de que as coisas estão melhorando, aos poucos. Depois da minha mãe tomar as três doses e eu as duas. Aí decidimos o retorno”. Agora, a tranquilidade de um momento mais otimista será aliado com a paciência, disse a repórter. Para Mariana, voltar às ruas significou o recomeço daquilo que vivia antes da pandemia, um respiro mais aliviado. “É um sentimento bom. Temos que continuar a ter paciência. É motivo para recomeçar. Eu respiro de forma mais aliviada. Nós podemos fazer o nosso trabalho com olho no olho, essa proximidade é outra coisa”, finalizou. Lágrimas não foram contidas em retorno de repórter às ruas. — Foto: TV Morena/Reprodução