ABI presta homenagem a Caó e Marielle Franco

Nesta quarta-feira, dia 21, a Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, fará uma homenagem aos ativistas Carlos Alberto Caó de Oliveira, um dos maiores nomes da luta contra o racismo no Brasil, falecido em 4 de fevereiro, aos 76 anos, e à Marielle Franco, vereadora e defensora dos direitos humanos, assassinada no dia 14 de março. O evento acontece a partir das 18 horas, no auditório Oscar Guanabarino, no 9º andar da sede da entidade.

O encontro é uma parceria do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, da Associação Brasileira de Imprensa, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio).

O dia 21 de março foi escolhido para ser um grande encontro, uma data representativa  para homenagear o saudoso Carlos Alberto Caó. O ativista é autor da Lei Caó, que transformou o preconceito de raça, cor, sexo e estado civil em contravenção penal, e a emenda constitucional que tornou o racismo crime inafiançável – Não só em função de todo o legado deixado pelo jornalista, advogado, militante do movimento negro e ativista dos Direitos Humanos, mas rememoração ao dia – Internacional contra a Discriminação Racial, criado e instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao Massacre de Shaperville , em 21 de março de 1960.

Nascido em Salvador, na Bahia, o ativista Carlos Alberto Caó foi autor da Lei 7.437/85, mudou o texto da Lei Afonso Arinos, de 1951, e tornou contravenção penal o preconceito de raça, cor, sexo e estado civil.

O jornalista e militante foi deputado federal por dois mandatos e secretário de Habitação do Rio. Em 1987, ele participou da Assembleia Nacional Constituinte para a elaboração da Constituição Federal de 1988. Em 1989, Caó atuou na publicação da Lei nº 7.716/89, que define a pena de prisão para os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Ele também incluiu na Constituição o inciso que tornou o racismo crime inafiançável e imprescritível. Caó também foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro durante na década de 1980.

O assassinato da brasileira Marielle Franco, reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das pessoas afrodescendentes, levou manifestantes de várias cidades do Brasil e do mundo às ruas para pedir justiça. O crime aconteceu nesta quarta-feira (14), na cidade do Rio de Janeiro.

“O intuito do nosso evento é evidenciar o legado dos dois como instrumento de fortalecimento das nossas lutas cotidianas contra o racismo, intolerância, xenofobia, machismo, homofobia e todas as formas de cerceamento das liberdades e pluralidade em nosso país”, diz o interlocutor da CCIR – Ivanir dos Santos, que não mediu esforços para reunir autoridades e diversos representantes religiosos no encontro.

No encontro, diversos setores culturais marcarão presença como a artista Áurea Martins, que cantará à capela; apresentação do curta “Igualdade Já”, de Wanda Ribeiro e Filó; grupo “Quase Tudo Pandeiro” – com Pedro Lima e Carlos Negreiros. Os atores Déo Garcez ao lado de Nívia Helen farão uma pequena apresentação da peça “Luis Gama – Uma Voz pela Liberdade”.  Também estão confirmadas as presenças de representantes da OAB, de Marcelo Rosa, Subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial de São João de Meriti, além de representantes de várias religiões.

ABI – Associação Brasileira de Imprensa Rua Araújo Porto Alegre, 71, 9 andar, Centro – Rio de Janeiro  às 18h

Informações: pordentrodaafrica.com.br