Jornalistas compartilham suas experiências com o uso de robôs no dia a dia
Por Ruam Oliveira e Ana Paula Bimbati
Além do Rui Barbot, o site conta com outras iniciativas como Lava JOTA, um buscador de termos e trechos específicos de processos da Operação Lava Jato. A plataforma conta também com um robô para uso interno que monitora a atividade de casas legislativas, tribunais e diários oficiais, e pode ser usado na busca por pautas.
Basicamente, a programação desenvolvida pelo JOTA acessa sites e coleta novas informações sobre os processos e assuntos discutidos, enviando uma espécie de clipping diretamente para o e-mail da equipe. Neste momento, cabe aos editores e repórteres decidirem o que é a pauta, mantendo a função humana e social do jornalismo.
Laura Diniz destaca que o importante não é o jornalista saber programar, mas entender a lógica da programação. Para ela, isso facilita no momento de pensar e desenvolver projetos. A sócia-fundadora ressalta que a diferença está em compreender os processos para “saber o que pedir ao programador”.
O uso de tecnologia no jornalismo foi assunto recorrente na programação do congresso. A agência de checagem Aos Fatos também está desenvolvendo um robô que irá auxiliar na verificação de notícias. Chamada de Fátima, a primeira fase será um chatbot no Facebook, patrocinadora do projeto. O objetivo da robô é ensinar os usuários a fazerem suas próprias checagens caso desconfiem da veracidade da informação.
A segunda etapa é a criação de um perfil no Twitter, que envia notificações aos usuários após compartilharem notícias falsas. A mensagem é acompanhada de um link que direciona para a checagem realizada pela agência.
Assim como Laura, a diretora da Aos Fatos também não sabe programar. Para criar o robô, inicialmente, foi feito uma pesquisa, em parceria com o Volt Data Lab, para identificar como as pessoas consomem informações. Essa base de dados deu subsídio para que começassem a projetar a Fátima.
Tai Nalon acrescenta que o robô nasceu da necessidade de expandir as formas de educar as pessoas no consumo da notícia. “Texto e checagem não são o suficiente para chegar em todo mundo que deveria”, diz.
