Lile Corrêa*
Ponta Porã na fronteira com Pedro Juan Caballero (Paraguai) sediou o Circuito Aprosoja 2016 na noite de quinta-feira (15), um projeto que chegou a sua 14ª edição com o objetivo de preparar produtores rurais, profissionais da agricultura e demais envolvidos no setor agro com informações e conhecimento para a safra 2016/2017.
Centenas de estudantes e produtores rurais participaram do evento, que aconteceu no Restaurante do Parque de Exposições Alcindo Pereira e foi aberto pelo presidente do Sindicado Rural de Ponta Porã, Andre Cardinal. Em sua fala o representante do Sindicato Rural mencionou que “é muito bom termos vocês em nossa casa, esperamos que este evento seja um grande evento, agradecemos a Aprosoja ao amigo Christiano que esta aqui realizando este evento que é de suma importância para todos”.
Christiano Bortolotto, presidente da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), agradeceu o apoio do Sindicato Rural de Ponta Porã “é um prazer estar aqui em Ponta Porã e ver este público maravilhoso, aumentamos significativamente este ano o Circuito Aprosoja e Ponta Porã é muito importante para a agricultura do nosso Estado, cumprimento os estudantes e amigos da Jotabasso aonde amanhã vamos lançar o Plano Safra 2016/2017”. Ele falou sobre os resultados positivos da safra de soja 2015/16 e sobre o potencial de crescimento das áreas de lavoura no Estado.
“Utilizamos 2,5 milhões de hectares nesta safra e colhemos 7,6 milhões de toneladas. Temos ainda, sim, muita área para expansão, mas para isso precisamos de muito conhecimento, entender mais ainda dessa agricultura que é dinâmica e que não usa a palavra crise, mas cria solução e desenvolve”, afirmou.
Custos de produção
O primeiro palestrante a compartilhar conhecimento nesta etapa do Circuito Aprosoja foi o engenheiro agrônomo Mauro Osaki, mestre em Ciência Econômica Aplicada pela Esalq-USP (Escola Superior da Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo) e doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos. Durante a palestra, Osaki destacou os desafios do produtor com os custos de produção.
“Em termos de produtividade, somos parecidos com os Estados Unidos. Mas por que perdemos competitividade?”, questionou o pesquisador. Segundo Osaki, a resposta está no fato de o Brasil enfrentar alto custo de produção, ter variação alta de custos e gastos elevados com fungicidas, defensivos e outros insumos.
Além disso, o custeio financeiro do Brasil tem juros muito altos, cenário que é diferente nos Estados unidos. Tudo isso contribui para que o país norte-americano consiga rentabilidade e produtividade superior à brasileira.
Riscos e desafios
“O Brasil dobrou gastos com defensivos agrícolas desde a safra 2009/10. Somado a isso temos uma margem muito pequena entre os índices de produtividade e os gastos com custo total e operacional da safra, o que é muito arriscado para o bolso do produtor”, analisa Osaki.
Ainda na avaliação do especialista, que é pesquisador do Cepea/Esalq (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a cada ano, desde a safra 2010/11, a rentabilidade brasileira com a soja vem se reprimindo. No entanto, há dois ciclos, o país tem sido salvo pelo câmbio favorável, devido à alta do dólar.
Políticas Agricolas
O segundo palestrante da noite falou sobre “Politicas Agricolas” Doutor André Nassar, foi secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e tem mestrado e doutorado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. Ele também foi pesquisador visitante da Universidade Georgetown, em Washington, nos EUA.
Refugio e perspectivas
Na última palestra Patrick Marques Dourado mestre e doutor em entomologia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo juntamente com o representante comercial da Intacta de Ponta Porã, João Victor Sella falou sobre Biotecnologia na Agricultura “Refugio e perspectivas”.
Ainda participaram do evento os diretores do Sindicato Rural de Ponta Porã o secretário Elcio May e o tesoureiro Jean Pierre Paes Martins, além dos diretores da Aprosoja/MS, Thaís Carbonaro Faleiros e Luís Carlos Seibt. (Com informações Liana Feitosa)