Clinica Veterinária reimplanta bico de galinha que foi atacada por cachorro na fronteira

Lile Corrêa*

Quem já criou galinha e colocou um nome “artístico” nela e não deixou os pais “cozinhar” a mascote, ou nominou os pintinhos como membros da família, atitudes como essa demonstram a afeição do ser humano pelos animais.

Uma demonstração dessa afeição pelo animal de estimação aconteceu no dia 11 de abril de 2017, as 13h, quando deu entrada no Centro Veterinário uma Gallus Gallus Domesticus, conhecida popularmente de galinha caipira, com o nome de Pequena com 2 anos de idade, de propriedade da senhora Katia, que estava com o bico machucado e sangrando.

A paciente foi atendida pelo médico veterinário Dr. Marcelo Rezende, especialista em clínica e cirurgia de animais silvestres, que constatou que “a Pequena estava com fratura por avulsão proximal da rinoteca (parte superior do bico), ou seja, foi arrancada toda a parte de cima do bico, a qual estava com hemorragia difusa”.

O veterinário suspeitou de fratura traumática por mordedura, e imaginou que um cachorro poderia ter causado o ferimento. A paciente foi contida fisicamente e encaminhada para a sala de preparação pre cirúrgica onde foi sedada e feito exame de imagens através radiografia.

Em seguida a Pequena seguiu para o centro cirúrgico para melhor avaliação da lesão e estudo do procedimento cirúrgico, sob efeito de anestesia geral. Por sorte, enquanto a galinha estava no centro cirúrgico a proprietária encontrou a parte do bico que havia sido arrancada, em seu quintal, momento em que confirmou quem causou a lesão, seu cachorro, e o trouxe imediatamente, e o mesmo foi higienizado e reimplantado.

Como a regeneração da queratina é lenta o foco da fratura foi coberto com resina acrílica autopolimerizável para maior fixação e incorporação das estruturas. Para melhor fixação da resina, as bordas da fratura foram preparadas por meio de um condicionamento ácido, com a finalidade de desengordurar as margens da lesão e proporcionar melhor adesão da resina acrílica ao bico. Finalmente, a linha de fratura foi estabilizada com cianoacrilato e preenchida com resina acrílica autopolimerizável em toda sua extensão.

Dr Marcelo Rezende contou à Rádio Líder FM 104,9 que “o procedimento cirúrgico durou cerca de 1 hora e 20 minutos, deu tudo certo e a Pequena segue internada e em breve voltara para casa”.