Comdema vai criar programa para monitorar presença de agrotóxicos na bacia do Rio Formoso


Ao apresentar relatório em reunião na última sexta-feira (26), ONG Neotrópica do Brasil reconhece que níveis de agrotóxicos em rios está muito abaixo do permitido pela lei.

Em reunião na última sexta-feira (26), em Bonito, integrantes do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) anunciaram a criação de um programa de monitoramento de agrotóxicos nas águas da bacia hidrográfica do Rio Formoso. A medida foi tomada após a ONG Neotrópica do Brasil detalhar dados de relatório e reconhecer que níveis de agrotóxicos em rios está muito abaixo do permitido pela lei.

“Foi aprovada a criação de um programa de monitoramento de agrotóxicos nas águas da bacia hidrográfica do Rio Formoso, com possibilidade de expansão para os demais rios cênicos da região, para que ocorra de maneira contínua e permanente, com embasamento metodológico e científico mais robusto, que possa servir como verificação oficial de qualidade da água e utilizado para balizar políticas públicas de meio ambiente e saúde do município”, explica a consultora técnica do Sistema Famasul, Tamiris Azoia.

“Foi uma reunião em caráter extraordinário, de extrema importância para termos conhecimento pleno dos resultados. O Conselho tomou ciência do relatório somente por meio de matérias veiculadas na imprensa na última semana, e solicitou à instituição uma apresentação formal”, explica.

De acordo com a consultora, ao contrário do que foi veiculado na semana anterior, os Rios Formoso e Prata, que são a espinha dorsal do turismo na região, não apresentaram traços de presença de agrotóxicos em nenhum dos pontos amostrados, em nenhum dos anos. “Esse fato, demonstra a consonância, sustentabilidade e responsabilidade das principais atividades econômicas do município: turismo e agropecuária”, pontua.

De acordo com os dados, de 10 pontos monitorados, apenas em 05 foram identificados traços de agrotóxicos, e ainda assim, em sua maioria, abaixo do limite de quantificação. “Ou seja, as quantidades são tão pequenas, que não é possível com a tecnologia hoje existente, quantificá-las. Em 2024, esse número caiu e apenas 04 pontos apresentaram traços. Destes pontos, é um córrego urbano e os outros estão em pequenos córregos, de diferentes bacias hidrográficas do município”, detalha a engenheira agrônoma.

Outro fato relevante, de acordo com a consultora, é que as substâncias identificadas estão muito abaixo valores máximos permitidos (VMP), estabelecidos tanto pela Resolução Conama n° 357 de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e dá diretrizes ambientais para o seu enquadramento, quanto pela Portaria do Ministério da Saúde, a GM/MS 888/21, que versa sobre a potabilidade de água no Brasil.

Participaram da reunião representantes da OAB, Sindicato Rural de Bonito, Semadesc, Imasul, Agraer, Polícia Militar Ambiental, IASBI, Associados de Guias de Turismo de Bonito, Prefeitura Municipal, CRBio, Atratur e Contur.