Redação Portal IMPRENSA
A violência e o assassinato contra jornalistas virou documentário. “Boca Fechada”, de Aquiles Lopes e Marcelo Lordello, já está disponível nas principais plataformas de streaming, e apresenta um tema que deixa a categoria em alerta: entre 1995 e 2018, 64 trabalhadores foram assassinados.
O filme chama atenção para os crimes cometidos em cidades pequenas: seis em cada dez jornalistas mortos trabalhavam em cidades com menos de 200 mil habitantes. O caso do locutor Jairo Sousa, executado com um tiro das costas na entrada da rádio Pérola, em Bragança, nordeste do Pará, foi uma das histórias contadas.
Crédito: Reprodução

Documentário “Boca Fechada”, que trata sobre os assassinatos de jornalistas no Brasil
“Com esse microfone, ele perturbou muita gente”, disse a filha do jornalista, Jaiane. As investigações afirmam que os assassinos receberam cerca de R$ 30 mil pelo crime. O mandante seria o vereador César Monteiro, que só foi preso depois das gravações.
A impunidade é um símbolo desses crimes: apenas 11 mandantes foram a julgamento. Gleydson Carvalho, radialista morto com três tiros em Camocin, no segundo semestre de 2015, também teve sua história contada. O atirador foi responsabilizado, o mandante não.
Os diretores captaram imagens em Recife, Lagoa de Itaenga, em Pernambuco, Belém e Bragança, no Pará, Camocin e Fortaleza, no Ceará, e São Paulo.
“As pessoas antes tentavam comprar [os jornalistas]. Agora, não. Elas removem o problema. Que jeito? Mandam matar”, afirma Felipe Gilé, do Sindicato dos Jornalistas do Pará, na entrevista concedida à produção.
Assista ao trailer:
“Boca Fechada” está disponível na Apple TV, Now, Google Play, YouTube e Vivo Play.