A Sociedade Interamericana de Imprensa (da sigla em espanhol SIP) e o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) exigiram que o governo da Nicarágua liberte imediatamente os jornalistas Miguel Mora e Lucía Pineda. O diretor do canal 100% Noticias e a chefe de reportagem da emissora estão presos desde 21 de dezembro.
Os dois foram acusados de “incitar o ódio” e de participarem de “proposição, provocação e conspiração para cometer atos de terrorismo”. O julgamento deles está marcado para o próximo dia 18.
Os jornalistas e a emissora entraram na mira do governo do presidente Daniel Ortega por transmitirem informações sobre as manifestações populares contra o atual regime.
A CPJ e a SIP denunciam arbitrariedades nas detenções dos dois profissionais. “Os dois jornalistas são culpados apenas de oferecer uma fonte de informação independente aos nicaraguenses diante de um regime que atropela as liberdades de expressão e de imprensa”, afirmou María Elvira Domínguez, presidente da SIP.
De acordo com a SIP, familiares de Mora e Pineda afirmam que as autoridades penitenciárias têm negado assistência médica aos jornalistas. Há cerca de uma semana, Mora começou a fazer greve de fome, informa a entidade.
“A manutenção da detenção e das acusações sem fundamento contra Miguel Mora e Lucía Pineda são o sinal mais claro da brusca deterioração das condições para o exercício da liberdade de imprensa na Nicarágua”, afirmou Natalie Southwick, coordenadora do programa da CPJ para a América Central e América do Sul.