O Facebook anunciou que não permitirá mais a aplicação de testes de personalidade em sua plataforma. O recurso era uma das maneiras utilizadas por desenvolvedores de aplicativos para coletar informações pessoais de usuários.

Geralmente relacionados a curiosidades, os testes se tornavam uma brecha através da qual empresas acessavam não somente dados de quem participava do quizz, mas também de integrantes de seus grupos de relacionamento. O acesso aos aplicativos desse tipo já existentes terminarão em 30 de julho. Além disso, permissões de acesso a dados vão expirar a cada 90 dias.
A plataforma não faz nenhuma citação explícita, mas os efeitos do escândalo envolvendo a Cambridge Analytica devem ter pesado para a decisão. No caso em questão, informações de 87 milhões de usuários foram indevidamente utilizadas a partir de um teste de personalidade. A informação foi revelada pelos jornais The New York Times e The Guardian.
Esses dados teriam sido utilizados posteriormente para influenciar a opinião pública em eventos como a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e o plebiscito para a saída da Inglaterra da Comunidade Europeia.
Dores de cabeça
As falhas na gestão da segurança de dados se tornaram uma dor de cabeça constante para a plataforma que ainda aguarda punições por ocorrências desse tipo. Em função disso, em seu balanço financeiro divulgado na última quarta-feira (24) aparecia uma reserva de cerca de US$ 3 bilhões para cobrir esse tipo de despesa.
Ontem (25), a procuradoria-geral de Nova York anunciou que está investigando uma coleta de dados sem autorização realizada pela plataforma. Cerca de 1,5 milhão de usuários do Facebook teriam sido afetados.
Em entrevista ao site Business Insider, a empresa alegou que a ocorrência foi involuntária. A coleta teria ocorrido entre 2016 e 2019. Os dados teriam sido utilizados pela empresa na gestão de publicidade direcionada.