O presidente da Avem (Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul), Valdemar Morais de Souza acompanhado do Advogado Dr. Celso acompanharam os familiares e amigos da jovem Gislaine Costa Perez na tarde deste sábado (04/02) no protesto realizado contra a OSS Gerir em frente ao Hospital Regional de Ponta Porã.
Com apitos, faixas e gritando palavras “contra” a Gerir, familiares e amigos da jovem Gislaine se manifestaram cobrando “justiça” e apuração do caso.
Segundo Valdemar Morais “no caso da Gislaine, o prontuário esta incompleto, questionamos a administração (do Hospital), não acreditamos que uma jovem que machucou o tornozelo venha a óbito no Hospital Regional de Ponta Porã”.
O presidente da Associação afirmou que “essa moça caiu da própria altura andando, se ela bateu a cabeça pode ter sido que criou um coagulo, mas nenhum médico se manifesta sobre isso, já acompanhei mais de mil erros médicos no Mato Grosso do Sul, isso é ruim para o Conselho Regional de Medicina, e nós estamos aqui para procurar a verdade, a justiça”.
O Ministério Público Estadual e a Policia Civil já esta apurando o caso, “esta investigando, mas nós queremos descobrir o que realmente aconteceu com a Gislaine”, ponderou Valdemar Morais.
Para o advogado da Associação, Dr. Celso “o procedimento inicial, de posse dos prontuários médicos, vamos representar no Conselho de Ética Médica, esses médicos, quando o Conselho deverá fazer uma investigação, também a Policia Civil esta fazendo a investigação que tem como apurar através de peritos, se ouve algum erro ou não, e fazer uma representação administrativa, criminal e civil, se houver erro médico cabe uma indenização por danos morais e materiais, vai depender de cada situação”.
Entenda o caso
A estudante Gislaine Costa Perez, de 24 anos, quebrou o pé em uma festa, no sábado (28/01), em Ponta Porã (MS) e foi levada para o Hospital Regional do município, teve três paradas cardíacas e morreu na manhã de domingo (29/01). Ela foi sepultada na tarde de segunda-feira (30/01).
De acordo com o boletim de ocorrência, Gislaine foi a uma festa em um barzinho da cidade acompanhada por um irmão, por volta das 23h30, onde torceu o pé. Ela foi levada por parentes ao hospital, onde foi verificado que ela havia quebrado o pé, e ficou internada.
No domingo, por volta das 8h, um irmão foi fazer uma visita e foi informado que Gislaine estava com problemas respiratórios, teria sofrido duas paradas cardíacas, havia sido estabilizada e aguardava uma ambulância para ser transferida para Dourados. Por volta das 10h, antes da chegada da ambulância, a estudante sofreu a terceira parada cardíaca e não resistiu.
Família
O irmão de Gislaine, Márcio Perez, contou ao G1MS que a família ainda não acredita no que aconteceu. “Nós estamos muito traumatizados. Uma menina alegre, cheia de vida. Estamos revoltados. Sabemos que nada vai trazer a vida dela de volta, mas precisamos entender o que aconteceu. Ela não tinha nenhum problema de saúde, não sabemos se ela tinha alergia a algum medicamento, mas como que um pé quebrado pode terminar desse jeito”.
No atestado de óbito, no campo causa da morte, consta “causa indeterminada”.
O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã como morte a esclarecer. O laudo da perícia, que deve apontar o que causou a morte, tem até 30 dias para ficar pronto.
Outro lado
No dia 30/01 as 18h14 via whats app a Assessoria de Imprensa da OSS Gerir enviou nota ao Jornal Che Fronteira e Rádio Líder FM 104,9 de Ponta Porã “O Hospital Regional Dr. José de Simone Netto não irá se manifestar até todos os exames da paciente ficarem prontos, a fim de diagnosticar a causa do óbito. O Hospital sente a perda de uma jovem de forma tão súbita e se solidariza com o sofrimento da família”.
Legenda: Familiares e amigos de Gislaine protestam em frente ao Hospital de Ponta Porã – Foto: Lile Corrêa