Focada em direitos humanos e meio ambiente, Repórter Brasil é alvo de ataques

Redação Portal IMPRENSA
Fundada em 2001 e especializada em investigações jornalísticas voltadas a combater violações de direitos humanos, trabalho escravo e danos socioambientais causados principalmente por atividades agrícolas, a ONG Repórter Brasil publicou nesta terça (12) um texto afirmando ter sofrido uma série de ataques digitais nos últimos dias, que teriam levado seu site a ficar fora do ar em diferentes datas.
Os ataques foram acompanhados de mensagens de ameaça. Em 6 de janeiro, a ONG informou ter recebido um e-mail anônimo com a mensagem: “Como devem ter percebido vcs passaram por alguns problemas tecnicos na ultima data. Para que isso nao ocorra novamente removam as materias nas pastas de 2003, 2004, 2005 [sic]”.
Crédito:Reprodução Repórter Brasil
Liberação pelo governo Bolsonaro de agrotóxicos tem sido um dos temas das matérias da Repórter Brasil

Sede sofreu tentativa de invasão
Além dos ataques cibernéticos, a ONG informou que em 7 de janeiro sua sede física sofreu uma tentativa de invasão evitada pela “chegada de vizinhos”.

“Não atenderemos nenhuma tentativa de constrangimento ilegal. (…) A situação não é apenas um flagrante desrespeito à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa, mas também possível crime de constrangimento ilegal, previsto no artigo 146 do Código Penal”, afirma o comunicado da Repórteres Sem Fronteiras.
Ainda de acordo com a organização, uma nova ameaça foi recebida em 8 de janeiro: “Vamos esperar até 11/01 para que atendam nossas solicitações”. Nesta segunda (11), o site ficou novamente fora do ar.
A Repórter Brasil informou que registrou boletins de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo e comunicou o Ministério Público Federal, entre outras instituições competentes, para investigar o caso.
“A Repórter Brasil é constantemente assediada por descontentes que exigem que reportagens sejam retiradas do ar. Não é possível afirmar se um deles está por trás dos ataques ou se o objetivo é manter o portal inacessível, o que deverá ser objeto de detida apuração pelas autoridades responsáveis.”