Redação Portal IMPRENSA*
Para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado nesta quinta-feira (10/12), a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla inglesa) lançou sua campanha anual para exigir que os governos coloquem fim à impunidade e para destacar e denunciar crimes contra jornalistas que permanecem impunes.
“A impunidade acontece quando os estados não buscam reparação por crimes contra os trabalhadores da mídia, incluindo assédio físico e online, ameaças, ataques, prisão arbitrária e assassinato”, diz a entidade em seu site.
Crédito: Reprodução FIJ
A IFJ também publicou o livro “Branco sobre Jornalismo Global”, que revela que 42 jornalistas foram assassinados apenas em 2020. Desde 1990 foram 2.658 profissionais mortos.
O Iraque está no tipo da lista, com 339 assassinados. Em seguida vem o México, com 175; e na terceira posição, as Filipinas, com 159.
Paquistão (138), Índia (116), Federação Russa (110), Argélia (106), Síria (96), Somália (93) e Afeganistão (93) completam a lista dos países mais perigosos para jornalistas.
Os anos de 2006 e 2007 foram os mais mortíferos para os profissionais da comunicação, com 155 e 135 mortos, respectivamente.
Segundo a entidade, neste ano foi dada ênfase a cinco países onde as taxas de impunidade para esses crimes ameaçam seriamente a liberdade de imprensa: Iêmen, Índia, Rússia, México e Somália.
A IFJ ressalta, porém, que alguns casos marcantes de assassinatos de jornalistas foram resolvidos. Nas Filipinas, os mentores do ataque que deixou 32 jornalistas mortos foram condenados a 40 anos de prisão. Algumas pessoas ligadas ao assassinato brutal da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia foram presas e o suposto autor está sendo processado.
Na Somália, o procurador-geral da República, em um claro movimento para acabar com a impunidade, nomeou um Promotor Especial para investigar as mortes de jornalistas. Já na Colômbia houve uma decisão histórica condenando os responsáveis pelas ameaças, assédio e tortura psicológica da jornalista Claudia Julieta Duque, obrigando o Estado colombiano a pagar sua indenização.
“Esses movimentos encorajadores contra a impunidade são uma evidência de que os governos podem reduzir os níveis de impunidade em seus países se tiverem a vontade política necessária para fazê-lo. No entanto, os casos positivos permanecem raros e ainda há muito trabalho a ser feito”, escreveu a FIJ, que conta com mais de 600.000 membros em 150 países.