Jornalista ameaçado é assassinado no México, no sexto caso ocorrido até o momento em 2019 no país
Um novo caso de assassinato de um jornalista no México ocorreu na manhã de 16 de maio, desta vez em Playa del Carmen, no Estado de Quintana Roo. De acordo com a Artigo 19 do México, o jornalista contava com medidas de proteção do mecanismo federal da Secretaria de Governo, porque ele havia sido agredido anteriormente.
O corpo sem vida de Francisco Romero, conhecido como Ñaca Ñaca, foi encontrado na saída de um bar, segundo Animal Político. Ao lado dele estava também a motocicleta em que ele viajava, informou Quintana Roo Hoy.
Romero era o administrador e diretor geral da página de notícias Ocurrió Aquí, no Facebook, e também colaborava com outros meios em Playa del Carmen, acrescentou o site.
“Exigimos uma resposta rápida das autoridades“, escreveu a página Ocurrió Aquí no Facebook.
Segundo Quintana Roo Hoy, Romero cobria especialmente temas judiciais e crime. De fato, uma das últimas histórias que ele cobriu foi um ataque armado em um bar em Playa del Carmen que deixou uma pessoa morta e 11 pessoas feridas, acrescentou o site.
Este ataque levou o governo do Estado a assumir o controle das forças de segurança do município de Solidaridad, ao qual pertence Playa del Carmen, segundo La Verdad.
O crime contra o jornalista ocorreu horas depois de o chefe da Secretaria de Segurança Pública do Estado ter recebido o comando das forças de segurança, informou a Excelsior.
Segundo o site La Verdad, a Procuradoria-Geral do Estado de Quintana Roo estava supervisionando a cena do crime em que o jornalista foi morto.
Além disso, a entidade informou, por meio de uma declaração, que o comunicador havia recebido ameaças que haviam sido relatadas às autoridades.
“A vítima apresentou uma queixa em 12 de abril pelo crime de ameaças, da qual tomou conhecimento a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado e a Promotoria Especial para Crimes Cometidos contra a Liberdade de Expressão da Procuradoria-Geral da República”, afirmou a promotoria do Estado em um comunicado publicado em sua conta no Twitter.
Quintana Roo Hoy reportou que Romero havia sido raptado, espancado e depois deixado nos arredores de uma “colônia irregular”. A publicação disse que o jornalista responsabilizou uma política local pela agressão e por qualquer coisa que pudesse acontecer no futuro.
Alejandro Encinas, vice-secretário de direitos humanos, população e migração do governo federal, confirmou durante a coletiva de imprensa do presidente em 17 de maio que Romero fazia parte do mecanismo de proteção federal desde julho de 2018.
O guarda-costas de Romero estava com ele em sua casa, mas o jornalista decidiu sair e não contou a ninguém, segundo Encinas.
O vice-secretário disse que eles disponibilizaram uma casa para o jornalista na Cidade do México, mas que Romero decidiu voltar para Playa del Carmen. Ele também informou que a esposa do jornalista disse que o mecanismo estava fazendo o seu trabalho.
Encinas disse que eles vão rever as medidas oferecidas pelo mecanismo de proteção, particularmente perguntando aos que estão sendo atendidos por ele se as medidas estão sendo cumpridas.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) postou em sua conta no Twitter que Romero é o sexto jornalista a ser assassinado no país até agora em 2019, segundo os registros da organização.
“Nenhum dos casos de assassinato chegou a uma condenação. Segue predominando a impunidade na grande maioria dos casos de violência contra jornalistas no México“, escreveu a organização.
O caso mais recente antes desse aconteceu no dia 2 de maio, quando um jornalista de uma estação de rádio comunitária foi assassinado no Estado de Oaxaca.