A agência EFE publicou reportagem sobre a fórmula proposta pela plataforma Blendle para que os jovens se atraiam pela informação, seguindo a fórmula usada pelo Spotify com a música. A ideia é pagar só pelas notícias que interessam, sem a necessidade de comprar todo o jornal ou revista.
“As pessoas jovens sabem que os artigos oferecidos pelos veículos de imprensa são muito melhores e interessantes do que os encontrados de graça na internet e pagariam por eles, mas não para comprar uma revista ou um jornal inteiro”, garantiu à o jornalista holandês Maarten Blankesteijn, criador do Blendle junto a Alexander Klöpping.
O que oferece esta plataforma é a possibilidade de escolher um artigo do “The New York Times”, outro do “Washington Post” ou uma reportagem da “Time” por cerca de US$ 0,40.
Segundo a Agência, o holandês teve essa ideia quando estava diante de uma prateleira com muitas revistas e só ficou interessado por um ou dois artigos, explicou Blankesteij durante o congresso Global Editors Network, que termina hoje em Viena.
“Não queria comprar 20 revistas e gastar quase 100 euros para ler um par de artigos de cada uma. Então pensei que deveria existir algo para poder ler e pagar pelos artigos que me interessassem de cada jornal ou revista”, explicou.
“Na Holanda temos centenas de milhares de usuários em um país pequeno. A maioria deles tem menos de 40 anos e o maior grupo é formado por jovens de entre 20 e 30 anos”, detalhou.
A EFE acrescenta que a plataforma conta com cerca de 800 mil usuários que pagam entre US$ 0,19 e US$ 0,39 por um artigo de jornal, enquanto os de revistas custam de US$ 0,09 a US$ 0,49.
Muitos veículos de imprensa qualificaram esta plataforma como o novo Spotify ou o Netflix do jornalismo, uma denominação com a qual estão de acordo seus criadores.
“O Spotify sugere música que o usuário não está buscando e isso é algo que o Blendle também faz porque, se nós vemos que se interessa por política, te ofereceremos artigos de política de revistas ou jornais que não tenha visto antes”, argumentou.
Na plataforma só é possível ler o título e o primeiro parágrafo, por isso que, se a um usuário não gostar do artigo ou não for o que esperava, o dinheiro é devolvido.
Atualmente, o Blendle tem disponíveis jornais e revistas da Holanda, Alemanha e Estados Unidos como “The New York Times” e “The Washington Post”.
“Os jornais se unem a nós porque também querem atrair e se dirigir à audiência jovem e porque é fácil para eles. Não fazem nada, só recebem o dinheiro quando alguém leu algum de seus artigos e ganham milhões”, explicou o fundador.
Os criadores do Blendle, Marten Blankesteijn (esq) e Alexander Klöpping (dir). Foto: EFE