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Em nota, a Folha de S.Paulo informa que o jornalista Clóvis Rossi, decano da Redação da Folha, morreu na madrugada desta sexta (14) em São Paulo. Com 76 anos, ele estava em casa e se recuperava de um infarto. Deixa mulher, três filhos e três netos. O velório e o enterro vão acontecer no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo. O velório terá início às 15h e o enterro será no sábado, às 11h.
Crédito:Raquel Cunha/Folhapress

Desde 1980 na Folha, Rossi iniciou sua carreira no jornalismo em 1963 e trabalhou nos jornais Correio da Manhã, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil. Teve passagens pelas revistas Isto É e Autoesporte e pelo Jornal da República, além de editar seu blog no El País.
Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha, destaca que “a Folha e o jornalismo brasileiro perdem um de seus principais e mais premiados repórteres, certamente o mais experiente. Clovis era admirado por gerações de profissionais por sua independência de pensamento, disposição e rapidez de trabalho e qualidade de cobertura. Vai fazer muita falta”.
Em entrevista à IMPRENSA, em janeiro de 2013, quando completou meio século de carreira, o jornalista lembrou o início de sua trajetória. “Eu comecei em uma época que não tinha DDD ou DDI. A primeira matéria que fiz no Correio da Manhã sobre o golpe foi uma batalha. Chegar a Paraty já era uma dificuldade, para transmitir a matéria pior ainda. Não tinha luz na cidade e tinha que ditar o que estava escrito para a redação usando a luz do poste. Imagine eu gritando ‘ditadura’, ‘repressão’, ‘direitos humanos’”.
Rossi comemorou na época o fato de ainda ser repórter e não ter se limitado a cargo de chefia. “Fiz a carreira pelo avesso do habitual: comecei chefe e vou terminar repórter. Felizmente”, disse à IMPRENSA.
Já neste período, era considerado um dos jornalistas mais premiados do país. Recebeu o Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, o Prêmio Ayrton Senna, na categoria de jornalismo político, o Nuevo Periodismo Cemex+FNPI e por três vezes o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
Em julho de 2015, no primeiro dia do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, foi exibido um documentário para homenagear o jornalista Clóvis Rossi por seus mais de 50 anos de profissão.