Redação Portal IMPRENSA*
O jornalista venezuelano Darvinson Rojas foi preso por agentes das Forças de Ações Especiais (Faes), em 21 de março, em Caracas, sob a acusação de instigação ao ódio, após publicações feitas sobre o Covid-19.
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Pouco de os agentes invadirem sua casa, Rojas escreveu nas redes sociais que o governo estava aborrecido por ele ter publicado “números que eles estão tentando esconder”. Rojas também compartilhou ameaças que recebeu.
Nas publicações feitas, o jornalista mostrou que, embora o governo tenha relatado 70 casos positivos de coronavírus, houve pelo menos 28 outros diagnosticados em diferentes estados que não foram incluídos.
Segundo o SNTP (Sindicato Nacional de Profissionais de Imprensa), Rojas foi detido por cerca de 15 oficiais encapuzados e armados, que levaram também seus pais, além de computadores e telefones celulares. Os pais de Rojas foram liberados horas depois.
Na audiência realizada no dia 23 de março, Rojas também foi acusado de instigação instigação pública. “Durante a audiência clandestina e ilegal, a promotoria imputou também o crime de terrorismo, mas a acusação foi rejeitada”, escreveu o SNTP no Twitter.
O CPJ (Comitê de Proteção ao Jornalista) pede a libertação imediata de Rojas. “A detenção violenta de um jornalista e a interrogação sobre suas fontes em um problema vital de saúde pública, como o surto de Covid-19, tem um efeito inegável, que desencorajará outros jornalistas de reportar sobre a pandemia”, disse Natalia Southwick, coordenadora do Programa América.
O Sindicato dos Jornalistas denuncia que, além de Rojas, vários jornalistas estão sendo intimidados pelas autoridades depois de divulgarem informações relacionadas com casos suspeitos do novo coronavírus no país.
Na terça (25), a diretora do jornal La Verdad de Vargas, Beatriz Rodríguez, foi levada de sua casa, após ter publicado que uma enfermeira local estava infectada.
“Insistiram que ela revelasse a fonte da informação que foi publicada sobre os casos de coronavírus. Ninguém pode obrigar um jornalista a revelar a sua fonte, é um direito constitucional. Protestamos contra estas ações intimidadoras”, explica o SNTP. A jornalista prestou declarações e já está em liberdade.