A jornalista Lyra McKee foi morta com um tiro durante os tumultos em Londonderry, Irlanda do Norte. Ela tinha 29 anos e trabalhava como freelancer. Em 2016, Lyra foi incluída na lista “os 30 com menos de 30” da mídia europeia elaborada pela Forbes.

As circunstâncias de sua morte ainda estão sendo investigadas, mas dois homens foram presos no último sábado, acusados de serem responsáveis pelo crime. Os rapazes, cujos nomes não foram divulgados, têm 18 e 19 anos e foram enquadrados na lei antiterrismo. A polícia não divulgou mais detalhes sobre o caso.
De acordo com a entidade britânica União Nacional dos Jornalistas, Lyra estava no local a trabalho. O chefe da Polícia da Irlanda do Norte, Stephen Martin, informou que um inquérito já foi aberto para apurar os fatos.
Diversas entidades jornalísticas internacionais lamentaram o ocorrido. Gulnoza Said, coordenador do programa do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) na Europa e Ásia Central, pediu que os responsáveis sejam punidos pelo crime. “Todos os dias, em todo o mundo, jornalistas colocam suas vidas em risco quando testemunham conflitos”, disse.
“Estamos profundamente entristecidos pela notícia do assassinato de Lyra McKee, que já era uma jovem e talentosa jornalista com um futuro brilhante. Esperamos informações sobre o incidente que provocou esse drama e que o inquérito policial determine se ela foi atingida como jornalista cobrindo os eventos”, disse Rebecca Vincent, diretora do escritório da Repórteres Sem Fronteiras no Reino Unido.
De acordo com a imprensa local, os tumultos em Londonderry começaram depois que policiais invadiram casas para apreender armas e munições. A polícia suspeitava que esses materiais seriam utilizados por militantes contrários ao domínio britânico em ataques durante a celebração da Páscoa.
A suspeita é que o tumulto tenha sido provocado por integrantes do New IRA, uma dissidência do Exército Republicano Irlandês. O IRA tradicional concordou com um acordo de paz no fim dos anos 1990.
Legenda: A jornalista Lyra McKee – Polícia da Irlanda do Nort/AFP