Jovens interagem mais com mídias tradicionais

A agência Pública e jornalismo investigativo divulgou um levantamento inédito com base em interações entre 1.822 perfis de Facebook e páginas de notícias, e revelou que há diferenças significativas entre os leitores de páginas engajadas, que lideram a polarização do debate político, e páginas da imprensa tradicional, que costumam adotar um tom mais neutro nas reportagens.

Em especial, a idade dos seguidores é bem diversa: enquanto o maior grupo de leitores de páginas de esquerda tem mais de 50 anos (26,1%), os de direita são um pouco mais jovens: 30% têm entre 41 e 50 anos. Já o maior grupo de leitores de páginas da imprensa tradicional têm de 20 a 30 anos (33,3%). O Facebook não permite usuários com menos de 13 anos.

Outra constatação que chama atenção é a quantidade de leitores com educação superior: são 75,8% dos que interagiram com páginas da imprensa tradicional, 67,7% dos que interagiram com páginas de direita e 74,1% dos que interagiram com páginas de esquerda. Do total de usuários de internet no Brasil, apenas 13,1% têm ensino superior, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

O estudo foi feito pela Pública em parceria com alunos da ESPM-Rio e o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai), da Universidade de São Paulo, e faz parte do LAB – Laboratório de Inovação em Jornalismo, realizado na Casa Pública, no Rio de Janeiro. O pressuposto é que o ato de “curtir” um post comprova não apenas a leitura da página, mas também concordância com as notícias.

Legenda: Gráfico de estudo (Agência Pública)