Libertado após relatório da ONU, jornalista denuncia abusos do governo venezuelano

Redação Portal IMPRENSA*
Integrante do grupo de 22 presos políticos libertados pelo governo de Nicolás Maduro após a divulgação do relatório da alta comissária da ONU, Michelle Bachelet, sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela, o jornalista Braulio Jatar Alonso deu uma entrevista ao jornal Correio Braziliense.
Editor do portal Reporte Confidencial, o mais importante do estado de Nueva Esparta e um dos maiores da Venenzuela, Alonso ainda não teve a prisão revogada. Solto no último dia 4 de julho, ele esteve preso por quase três anos. No primeiro ano, passou por quatro centros de detenção. No último ficou em prisão domiciliar.

Crédito:Arquivo pessoal
Alonso ainda não teve prisão revogada e não pode deixar território de Nueva Esparta nem a Venezuela
Alonso foi acusado de perturbar uma reunião do grupo de países não alinhados, que ocorreu na Ilha de Margarita. A ONU qualificou sua detenção como arbitrária. “O que fizemos foi informar que, um dia antes, tinha ocorrido um panelaço contra a comitiva de Nicolás Maduro. No dia seguinte, quando reproduzimos em uma rádio o material do portal, eles nos detiveram arbitrariamente e nos sequestraram. Nos primeiros nove meses, minha saúde sofreu importante deterioração. Perdi 22kg em três meses que passei nas celas de isolamento”, diz o jornalista.
A ONU também ordenou uma indenização pelos danos causados ao jornalista pelo governo. Apesar disso, ele segue proibido de deixar o território de Nueva Esparta e a Venezuela. “Não creio que isso seja liberdade”, reclama Alonso, que classifica o relatório da ex-presidenta chilena e atual alta comissária para os Direitos Humanos da ONU como verdade devastadora e demolidora.