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Novo curso do Centro Knight ensina como entrevistar dados para reportagens investigativas

O Brasil se tornou uma força para o jornalismo de dados na América Latina e no mundo. O país hospeda conferências dedicadas ao assunto, seus meios de comunicação são reconhecidos por prêmios internacionais e seus jornalistas criaram sites de sucesso dedicados exclusivamente a este tipo de abordagem.

Apesar de tudo isso, ainda há progresso a ser feito e bancos de dados a serem explorados.

É por isso que o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas e quatro instrutores da Escola de Dados estão somando forças no curso online Introdução ao jornalismo de dados: como entrevistar dados para reportagens investigativas.” Inscreva-se agora no curso online massivo (MOOC) em português que vai de 5 de agosto a setembro 8 de 2019.

“Todos nós sabemos que o jornalismo está no meio de uma crise e acho que a maioria das pessoas que estão terminando a faculdade de jornalismo, não só no Brasil, mas em todo o mundo, estão tentando encontrar seu espaço neste mercado e como um jornalista nesta nova era da internet, de novos meios, novos canais de comunicação”, disse a instrutora Natalia Mazotte ao Centro Knight. “E, eu acho que o jornalismo de dados é realmente importante neste contexto, porque temos muito mais dados disponíveis a cada ano e precisamos ter jornalistas, profissionais, que sejam capazes de trabalhar com isso como uma fonte.”

Para a jornalista, o jornalismo de dados pode distinguir um profissional no mercado de jornalismo.

“Se você souber como usar dados para fazer reportagens relevantes, você definitivamente terá um lugar no ecossistema de jornalismo porque ainda não temos esse tipo de profissional, pelo menos não no Brasil nem na América Latina, em geral.”

Mazotte será acompanhada por três especialistas na área: Adriano Belisário, Álvaro Justen e Rodrigo Menegat. Eles vão ensinar como desenvolver narrativas baseadas em dados, mostrando aos alunos todas as etapas da produção.

  • A primeira semana é uma introdução ao jornalismo de dados, sua história e conceitos introdutórios.
  • Na segunda semana, os instrutores vão ensinar sobre os tipos mais comuns de dados, além de como configurá-los e analisá-los.
  • Na semana três, os alunos aprenderão técnicas simples de raspagem e limpeza.
  • A quarta semana é uma introdução à visualização de dados e mostrará como usá-lo para explorar e apresentar suas descobertas.
  • A quinta semana introduz noções básicas da linguagem de programação SQL para lidar com grandes quantidades de dados.

“Temos muitos desafios. Temos muitas histórias que ainda não foram contadas porque não temos dados estruturados para produzi-las “, disse Mazotte. “Uma das coisas que vamos mostrar neste MOOC é como superar alguns dos problemas mais comuns quando estamos lidando com dados, quando estamos tentando encontrar a fonte certa para nossas histórias de jornalismo de dados. ”

A instrutora também destacou que os alunos aprenderão como criticar e questionar dados, assim como seriam de fontes humanas.

“Precisamos entender o que está por trás dos conjuntos de dados”, explicou Mazotte.

Todos os instrutores do curso têm experiência em ensino e também trabalham como profissionais da área.

Natalia Mazotte é diretora executiva da Open Knowledge Brasil, co-fundadora do site de jornalismo de dados Gênero e Número e criadora da Coda.BR, a primeira conferência brasileira sobre jornalismo de dados e métodos digitais. É professora de pós-graduação em jornalismo digital na PUC-RS e no MBA Web Intelligence e Digital Ambience da COPPE / UFRJ. Mazotte também é atualmente bolsista de jornalismo John S. Knight.

O jornalista Adriano Belisário é coordenador da Escola de Dados e trabalha em projetos de produção de evidências com dados e fontes abertos. Trabalhou com o Ministério da Cultura, a Secretaria Estadual de Cultura e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O programador e professor Álvaro Justen é o fundador do site de dados abertos Brazil.IO. Ele é um ativista de software livre e programador Python. Atualmente trabalha com dados sobre diversos projetos brasileiros de inovação jornalística e civil.

Rodrigo Menegat é jornalista na área de infografia digital no jornal Estadão, onde faz reportagens e visualizações baseadas em informações de bancos de dados. Ele também trabalhou na Folha de S. Paulo e publicou em sites como The Intercept e Agência Pública.

Os instrutores ministrarão o curso usando aulas em vídeo, apresentações, leituras, fóruns de discussão e testes.

Os alunos não precisam ter experiência anterior com jornalismo de dados, mas materiais avançados estarão disponíveis para aqueles que quiserem explorar o tópico em profundidade, explicou Mazotte.

O curso é destinado a jornalistas, pesquisadores e organizações da sociedade civil que querem melhorar a forma como eles usam, mas está aberto a qualquer pessoa com esse interesse comum.

Como todos os MOOCs do Centro Knight, o curso é assíncrono, o que significa que os alunos podem completar as atividades durante os dias e horários mais convenientes. No entanto, há prazo sugerido para que os alunos não fiquem para trás.

Os alunos que concluírem com êxito todos os requisitos do curso têm a opção de pagar uma taxa administrativa de US$ 30 para receber um certificado de conclusão em formato PDF. Nenhum crédito universitário formal está associado ao certificado.

Inscreva-se hoje neste curso online gratuito e junte-se ao movimento de jornalismo de dados em curso no Brasil e no mundo.

Sobre o Centro Knight

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas foi criado em 2002 pelo professor Rosental Alves, ocupante da cadeira Knight de Jornalismo da Moody College of Communication da Universidade do Texas, graças às generosas doações da Fundação John S. e James L. Knight. O programa de ensino à distância do Centro Knight começou em 2003 e é financiado em parte pela Fundação Knight. Nos últimos seis anos, os MOOCs do Centro Knight alcançaram mais de 170.000 pessoas em 200 países e territórios.

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