Político preso em MS em 2015 está sendo julgado pelo crime, mas não vai participar da reconstituição, em vila perto de Paranhos
Helio de Freitas, de Dourados
A Justiça do Paraguai faz hoje (20) a reconstituição dos assassinatos do jornalista Pablo Medina e da estudante Antonia Almada, ocorridos em outubro de 2014 perto da fronteira com Mato Grosso do Sul. O político paraguaio Vilmar Acosta Marques, o Neneco, que está sendo julgado há quase um mês como mandante do crime, não vai participar.
A reconstituição será feita no local da emboscada, em Vila Ygatimí, perto de Paranhos, a 469 km de Campo Grande. Neneco foi preso em março de 2015 na região entre Juti e Caarapó e extraditado no mesmo ano para o Paraguai. Ele teria mandado matar o jornalista por causa de reportagens ligando-o ao narcotráfico.
De acordo com o jornal ABC Color, o presidente do Tribunal de Sentença do Paraguai, Ramón Trinidad Zelaya, e os juízes Janine Ríos e Benito González vão acompanhar a reconstituição, marcada para começar às 14h.
Policiais e membros do Ministério Público que participaram das investigações vão participar da reconstituição. Neneco não vai ser levado ao local a pedido de seus advogados. Ele nega envolvimento no crime. Na época do crime, ele era prefeito de Ypejhú, município paraguaio vizinho de Paranhos.
Segundo a polícia paraguaia, a emboscada que deixou Pablo Medina e sua assistente mortos foi praticada por Wilson Acosta Marques, 46, irmão de Neneco, que está foragido, e pelo sobrinho do político, Flavio Acosta Riveros, 32, preso em Foz do Iguaçu (PR). Recentemente o STF (Supremo Tribunal Federal) negou a extradição de Riveros argumentando que ele apresentou uma certidão de nascimento registrada em Sete Quedas (MS).
Neneco Acosta está sendo julgado há quase um mês no Paraguai (Foto: ABC Color)