Ponta Porã sedia reunião “Saúde nas Fronteiras” com autoridades de MS, PR e do Paraguai

O município de Ponta Porã foi escolhido para sediar a reunião denominada “Saúde nas Fronteiras”, que tem como objetivo promover a integração dos estados de MS, PR e o país vizinho Paraguai.

O evento começou às 13h desta segunda-feira, dia 28, com o credenciamento dos participantes e recepção aos convidados que estão colaborando na elaboração do Projeto de Monitoramento para Vigilância em Saúde na Fronteira Brasil/Paraguai. Os trabalhos prosseguiram até às 18h e serão retomados às 8h15m desta terça-feira, dia 29.

O propósito da reunião com os representantes de órgãos da saúde, gestores públicos, profissionais da saúde, chefias e assessores de assuntos internacionais e convidados, é criar capacidade analítica em saúde entre os entes, a fim de entender as características sanitárias e em saúde das fronteiras e melhorar a resposta e enfrentamento à situação de crise ou críticas.

O trabalho também preconiza a troca de experiências e a criação de comitês de governança de dados que permitam integrar ações em conjunto.

Ao recepcionar os participantes o prefeito de Ponta Porã, Eduardo Campos, anfitrião da reunião ressaltou a importância do evento. Disse que num passado recente existia na fronteira a infelicidade de segregar território. “Nós precisamos é de união, menos muros e cercas de arame farpado. Temos que somar forças, não adianta pensar sozinho, aprendemos e sabemos qual é o melhor caminho. Essa reunião é uma oportunidade para que possamos extrair as maiores e melhores vivências técnicas para buscar soluções que afligem cidades fronteiriças e conversando podemos resolver de forma conjunta, buscando a construção de um futuro melhor para a nossa população”, afirmou o prefeito.

O secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Maurício Simões Corrêa, primeiro fez questão de agradecer o prefeito Eduardo Campos pela participação e apoio na realização da reunião. “É preciso dizer que esse é um evento dos técnicos que cria uma amálgama, une a fronteira para decisões conjuntas. Os números epidemiológicos de Mato Grosso do Sul ou do Paraná não podem ficar restritos aos Estados, assim como também não devem ficar restritos os números do Paraguai. Precisamos reunir os números dos dois lados da fronteira e juntos traçar estratégicas para as medidas de vigilância em benefício da sociedade”, destacou.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Kayatt, agradeceu aos presentes por escolherem Ponta Porã para sediar a reunião. “É um encontro inédito, que terá repercussões futuras para brasileiros e paraguaios. Temos que trabalhar cada vez mais pela integração e é isso que nos move. Unidos podemos construir um futuro seguro e próspero, respeitando as diferenças sem impor barreiras, mas construindo pontes e não muros que separam”, afirmou.

Também fizeram uso da palavra a diretora geral de Vigilância em Saúde do Paraguai, Andrea Ojeda. “Ponta Porã e Pedro Juan Caballero são duas cidades que parecem ser apenas uma, estão unidas. Essa é uma reunião muito importante no sentido de nos reunir para discutir prevenção e para que possamos construir juntos um plano estratégico de ações entre os países para atender as cidades gêmeas”.

O diretor regional da XIII Região Sanitária do Departamento de Amambay, Pablo Ruben Ayala, iniciou sua fala enaltecendo a importância da reunião.

“É o momento de união das forças para aumentar a prevenção na fronteira. Ponta Porã e Pedro Juan Caballero são cidades que se misturam, meu pai é brasileiro e a mãe paraguaia. Se existem barreiras, precisamos rompe-las. Unindo forças seremos mais fortes e a presença de tantas autoridades demonstra compromisso com a saúde da fronteira”, destacou.

Representando o Ministério da Saúde, Douglas Oliveira Carmo Lima, falou em nome do ministro Alexandre Padilha. “Defendemos o fortalecimento e a integração da fronteira. Agradeço ao prefeito Eduardo Campos pela recepção, ao governo de Mato Grosso do Sul pela parceria e também ao governo do Estado do Paraná. Podemos estruturar ações junto com a Organização Panamericana para que possamos atuar de forma mais eficiente nas regiões de fronteira”, disse.

O secretário-adjunto de Saúde do Estado do Paraná, César Augusto Neves, disse que ao ser convidado para a reunião ficou muito feliz. “Quando me convidaram disse que recusaria ir a Paris, mas não a Ponta Porã. Minha mãe nasceu aqui e sei o quanto é importante a integração na fronteira. Quando surgiu a pandemia enfrentamos uma situação que não tínhamos a ideia do que teríamos pela frente. Como médico a gente imaginava um inimigo ruim, mas era pior, o inimigo era muito grande. Não vou dizer que saímos com êxito porque no Paraná morreram 47 mil pessoas e no Brasil forma mais de 700 mil mortes. E hoje temos o problema das arboviroses. Como fazer bloqueio em Foz do Iguaçu e não agir em conjunto com o Paraguai? Não tem como. Recentemente tivemos o problema da Chikungunya que matou mais de 100 paraguaios. Portanto, temos que nos unir e atuar juntos e de forma estratégica”, disse.

Também estiveram presentes entre outras autoridades na reunião o vice-prefeito de Ponta Porã, Patrick Derzi; a secretária municipal de Governo e Comunicação, Paula Consalter Campos; diretor geral de redes de serviços de Saúde do Paraguai, Gustavo Ortiz; a assessora do vice-ministro de Vigilância em Saúde do Paraguai, Sandra Irala; Marcos Vinicius Quito representou a Organização Panamericana de Saúde; Dalvelina da Costa Leite representou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Marina Martins representou o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná; Josiane Oliveira Silva Correa representou o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul; prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra; secretária de Saúde de Porto Murtinho, Andreara Debres Nantes de Castro e o secretário de Saúde de Mundo Novo, Fábio Roberto Dias Dona.