Soe Naing, um fotojornalista independente detido em Mianmar ao registrar um protesto contra o golpe ocorrido no país asiático em fevereiro, morreu sob custódia dos militares poucos dias após ter sido preso.
A notícia da morte de Soe começou uma circular na terça-feira, 14 de dezembro. Ele tinha sido detido na sexta-feira passada, enquanto fotografava as ruas desertas de Yangon durante um protesto silencioso.
A morte foi confirmada pelos familiares à rádio Free Asia. Por sua vez, uma Associated Press publicou que o corpo do fotojornalista foi cremado.
Crédito: Reprodução RSF
De acordo com a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), Soe morreu durante um interrogatório. A entidade apelou à comunidade internacional para que “condene uma escalada de terror contra os repórteres que cobrem as notícias em Mianmar”, assim como a implementação de soluções contra os generais que comandam o país.
40 jornalistas detidos no país
Segundo o Comitê de Proteção aos Jornalistas, Mianmar é o segundo país do mundo que mais prende jornalistas, atrás apenas da China. Atualmente há cerca de 40 jornalistas presos no país.
Desde o golpe de estado em fevereiro, os chamados ‘jornalistas’ multiplicaram-se em Mianmar. Soe era um deles A missão dessas comunicações independentes tem sido documentar os protestos da sociedade civil contra o governo militar, divulgando-os ao mundo nas redes sociais.
Segundo a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP), mais de 1.300 pessoas foram mortas e 10.900 foram detidas pelas proteção de segurança de Mianmar desde a tomada militar do país.