Profissionais de imprensa são libertados após detenção por investigar crimes de guerra

Redação Portal IMPRENSA 
Reportagem da AFP publicada nesta quarta (3) em diferentes jornais brasileiros informa que um jornalista da BBC, dois tradutores e um repórter etíopes foram libertados após ficarem detidos pelo exército do país sem acusação formal por quatro dias. A detenção ocorreu na região do Tigré, norte da Etiópia.
Os tradutores trabalham para o Financial Times. Os outros dois detidos foram o jornalista da BBC Girmay Gebru e o jornalista local Temrat Yemane. Eles foram presos no sábado e estavam trabalhando em uma reportagem sobre a tomada de poder no Tigré pelo exército etíope, em uma operação militar realizada em novembro. Há relatos de que o exército etíope protagonizou um massacre na ocasião.
Crédito: Eduardo Soteras/AFP
Detenção de profissionais de imprensa ocorreu em região onde organizações internacionais têm denunciado crimes de guerra

As autoridades não explicaram os motivos da detenção. A AFP e o Financial Times alegam ter obtido permissão da Autoridade de Radiodifusão Etíope e do Ministério da Paz para trabalhar na região do Tigré, onde o acesso dos veículos de comunicação foi restringido desde o conflito.

Um dos tradutores relatou que soldados entraram em sua casa em Mekele, capital de Tigré, na sexta-feira passada, e o acusaram de apoiar a Frente de Libertação Popular do Tigré (TPLF, na sigla em inglês), que governou a região até novembro. Um policial com trajes civis que acompanhava os soldados chegou a ameaçar o tradutor com uma pistola na cabeça.