Programa Tim Lopes, da Abraji, vai acompanhar investigação de assassinato de blogueiro

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), por meio do Prgrama Tim Lopes, vai acompanhar os desdobramentos das investigações da morte do blogueiro Givanildo Oliveira, de 46 anos, morto em 7 de fevereiro em Fortaleza, no Ceará.
Suspeita-se que a morte de Givanildo, ou Gigi, como era conhecido na região, tenha sido motivada pela publicação de uma notícia no seu portal, o Pirambu News, sobre uma operação policial que prendeu um traficante do Comando Vermelho (CV) na Arena Grossa.
Crédito:Reprodução/Instagram
Blogueiro Givanildo Oliveira era dono do Pirambu News
Blogueiro Givanildo Oliveira era dono do Pirambu News
De acordo com a Abraji, dias depois do crime o Pirambu News já não estava mais no ar. “É com pesar que comunicamos o falecimento do nosso amigo Givalindo, ‘Gigi’ como era conhecido. Givanildo foi o fundador do portal de notícias Pirambu News e administrava as redes sociais do canal. Agradecemos aos amigos, leitores e familiares que contribuíram para o avanço e audiência do portal. Informamos que o portal será desativado”, diz a mensagem agora fixa na homepage.
Em 2021, a região nordeste bateu recorde de casos de violência contra jornalistas, segundo apontou o relatório Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, da Fenaj. Durante o ano, foram 25 casos, 8,42% do total do país.
O Programa Tim Lopes, criado em 2017, é uma iniciativa de resposta à escalada de violência contra jornalistas no país. Além do caso de Givanildo, outros três estão sendo acompanhados, como o do radialista Jefferson Pureza, morto em 2018 com três tiros no rosto enquanto descansava na varanda de casa.
Investigações apontam que o crime foi encomendado por R$ 5 mil. Seis pessoas foram presas. O vereador apontado como mandante, no entanto, foi absolvido.
Já Jairo de Souza, radialista, foi morto também em 2018 ao subir as escadas que dão acesso a Rádio Pérola, em Bragança, no Pará. Ele foi atingido por dois tiros. O crime teria sido encomendado por R$ 30 mil. Um vereador foi acusado de ser o mandante, mas ainda não houve julgamento. Todos os acusados aguardam em liberdade.
O terceiro caso é de Lourenço Veras, assassinado em 2020 com 12 tiros durante um jantar em família em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz divisa com a sul-mato-grossense Ponta Porã. Ele costumava noticiar a disputa do narcotráfico na região, e já havia sido ameaçado. O crime ainda está sob investigação pela justiça do Paraguai.