Redação Portal IMPRENSA
Preocupada com a ameaça que a propagação de notícias falsas e a intensificação do uso político das ferramentas de comunicação para promover a desinformação e assim favorecer grupos específicos, a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) juntou-se a ganhadores do Prêmio Nobel, especialistas em tecnologia, jornalistas e ativistas dos direitos humanos para criar a Comissão de Informação e Democracia. A iniciativa tem como objetivo revalorizar um ambiente de comunicação livre e pluralista, contribuindo para o exercício da profissão jornalística sem medo de represálias. A proposta é oferecer ao cidadão o acesso fácil a informações precisas.
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Para viabilizar esse ideal, a comissão vai elaborar uma Declaração Internacional sobre Informação e Democracia unindo-se a líderes de diversos países democráticos para garantir o apoio de governos de todo o mundo. A RSF pretende que a iniciativa esteja bem encaminhada até meados de novembro, em tempo para a reunião, em Paris, de líderes mundiais para a comemoração do 100º aniversário do Dia do Armistício e participação no Fórum da Paz e no Fórum sobre a Governação da Internet.
“A democracia, com as suas raízes nos ideais do Iluminismo de liberdade e razão, tem de ser defendida. Os governos democráticos e os cidadãos não devem tornar-se vítimas das notícias falsas, dos “trolls” e dos caprichos dos ditadores. A Declaração Internacional sobre a Informação e Democracia destina-se a fortalecer a capacidade das sociedades abertas de combaterem as forças autoritárias”, dizem Christophe Deloire, secretário geral da RSF, e Shirin Ebadi, advogada, ativista de direitos humanos e vencedora do Nobel da Paz em 2003, que assinam o documento divulgado pela organização internacional.
Setenta anos depois da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a RSF ressalta porque a criação de uma Declaração Internacional sobre Informação e Democracia é fundamental. “Para qualquer democracia ser significativa, os seus cidadãos têm de ter acesso a informações fidedignas produzidas num ambiente livre e pluralista. Mas este requisito básico tem sido testado como nunca antes”, ressaltam.