Réveillon sem festa nem fogos no Rio de Janeiro

Por Eduardo Pierre, G1 Rio

Entrou em vigor no primeiro minuto desta quarta-feira (30) o pacote de medidas restritivas para o réveillon no Rio de Janeiro, para evitar mais contaminações pelo novo coronavírus.

Já estão proibidas a queima de fogos em qualquer ponto da cidade e a entrada de ônibus, micro-ônibus e vans de fretamento no município.

O decreto do prefeito em exercício Jorge Felippe, publicado em uma edição extra do Diário Oficial nesta segunda-feira (28), prevê ainda o fechamento de toda a orla e a redução do transporte público a partir das 20h de quinta-feira (31).

O acesso de carro, táxi e veículos de aplicativo a Copacabana estará restrito a moradores, trabalhadores e hóspedes com reserva — que precisarão apresentar comprovação.

O bairro de Copacabana será fechado para o trânsito às 20h de quinta (31) — Foto: Reprodução/COR

O bairro de Copacabana será fechado para o trânsito às 20h de quinta (31) — Foto: Reprodução/COR

O objetivo é evitar aglomerações, sobretudo nas praias, na hora da virada.

A Prefeitura do Rio prometeu multar quem não seguir as regras de restrição para o réveillon. Quem for pego em aglomeração terá de pagar R$ 15 mil. Se estiver sem máscara, mais R$ 15 mil.

“As pessoas responsáveis serão infracionadas, e a multa é gravíssima”, pontuou Flavio Graça, superintendente da Vigilância Sanitária. “Alertamos que não promovam esse tipo de atividade”, emendou.

G1 detalha, a seguir, pontos do decreto.

Avenida Atlântica, em Copacabana — Foto: Reprodução/TV Globo

Avenida Atlântica, em Copacabana — Foto: Reprodução/TV Globo

Festas particulares

A Vigilância Sanitária Municipal afirma que grandes eventos, com venda de ingressos, não terão autorização. “O estabelecimento poderá ser interditado”, alertou Graça.

Eventos em hotéis estão mantidos, desde que somente para hóspedes e respeitando as Regras de Ouro.

As normas, válidas desde o início da flexibilização, incluem restrição de lotação e limpeza constante das instalações.

“O estabelecimento não pode realizar atividades que não estejam previstas em seu alvará ou grandes eventos, com maior lotação”, disse Graça.

Eventos na orla

Da 0h de quinta (31) às 6h de sexta (1º), quiosques na orla podem funcionar, mas sem música ou cercadinhos, apenas servindo os clientes — sem aglomeração.

Também não será permitido tocar qualquer instrumento ou ligar caixas de som nas praias.

Nesse período, barraqueiros não poderão trabalhar nas areias ou no calçadão.

Ambulantes licenciados estão autorizados a circular.

Estacionamento

A Prefeitura do Rio vai suspender 3 mil vagas de rua só em Copacabana a partir da 0h de quinta (31).

Também será proibido parar em toda a Lagoa e na Avenida Pasteur, na Urca.

Trânsito

Os bloqueios para Copacabana seguem o modelo de réveillons passados.

Antes, o esquema era adotado para facilitar a chegada a Copacabana; agora, será para desestimular o carioca a sair de casa.

Desta vez, a partir das 20h de quinta (31), só poderá passar quem mora, vai trabalhar ou está hospedado em hotéis de Copacabana ou da orla, do Leme até o Pontal, no Recreio.

Nas barreiras, comprovantes de residência, crachás funcionais ou vouchers deverão ser apresentados.

Transportes de massa

O metrô vai interromper a operação e fechar todas as estações nas três linhas às 20h de quinta (31).

As barcas vão circular na grade normal de dias úteis — as últimas viagens na linha Praça 15-Arariboia serão às 20h30, para o Rio, e às 21h, para Niterói.

Ônibus regulares

As interdições em Copacabana vão alterar temporariamente o trajeto de linhas de ônibus. Os coletivos não poderão entrar no bairro das 20h de quinta (31) às 3h de sexta (1º).

Apelo à população

Alexandre Cardeman, chefe-executivo no Centro de Operações Rio (COR), disse que as medidas foram decididas em memória e respeito aos mais de 190 mil mortos no Brasil.

“Precisamos dar um recado duro e direto para a população. Não há imagem melhor do que a orla vazia e a Praia de Copacabana sem ninguém para que possamos homenagear a todos que se foram. Por isso, a recomendação é: fique em casa”, disse Cardeman.